A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 16 de abril de 2012

PILOTANDO


Temos um grupo interessante no Facebook onde discutimos corridas, e algumas banalidades, a grande maioria das pessoas entendem e conhecem muito do assunto.
Hoje conversávamos, e ao contar que tenho 1.90m, e calço 45/46, vieram muitos comentários e brincadeiras, pois é! Nunca tive o imenso prazer de pilotar um carro de Formula, o topo do automobilismo, onde todas as sensações de pilotar são levadas ao extremo. Não cabia!

Alberto "Ciccio" Ascari sendo lançado da Ferrari em seu acidente fatal em Monza.
Segurança zero,  a barra protetora não ultrapassava a cabeça e não tinha apoio, sem cinto de segurança...von Trips e Ricardo Rodrigues na Ferrari Shark Nose.

Na época em que corria, os equipamentos que hoje dispomos, simplesmente não existiam, e assim, o que faltava fazíamos aqui mesmo.
Eu por exemplo, sempre usei bons macacões anti chamas, uma das marcas era Jay Brand Nomex se não me engano, sempre um bom cinto de segurança, usei muito tempo um azul, que hoje já velho está com o Ricardo Bock, acho que era Willians, seis pontos e pegada bem larga, a FI usava o mesmo na época. Usava bem apertado, para no caso de uma batida...
Agora o banco, éramos nós mesmo que fazíamos, ou usávamos de Kart, de fibra e pequeno sem apoio para os ombros.

Mesmo com o banco baixo, com 1.90m ficava alto. O bom Sto. Antonio, o cinto de seis pontos, mas vejam o banco....
Ronnie na Lotus, vejam o cinto de seis pontos, mas o cock pit era vulnerável, sem proteção lateral para a cabeça.
Depois de ficar preso no carro em Spa, Jackie Stewart carregava ferramentas para soltar o volante de seu Matra FI.

Nos VW da Divisão 3 os Sto Antonios já eram muito bem feitos, seis pontos de fixação e com três barras transversais. 
No meu caso, como sou muito grande, abaixávamos o volante do lugar original uns 10cm e fazíamos um espaçador de mais uns 10cm, para ficar bem às mãos, dessa forma podia pilotar com as pernas esticadas. No assoalho ao lado esquerdo um apoio para os pés, fundamental, principalmente em curvas de raio longo, como o Sol ou Subida do Lago em Interlagos. Na Subida do Lago, tínhamos que fazer uma mudança quase na tangencia, reduzíamos de 4ª para 3ª ou de 5ª para 4ª, aí a perna parecia querer voar!

 1952, Ciccio e a Ferrari, proteção zero.
1963 Jimmy e Lotus, proteção zero.

Hoje, quando vejo os Formula Um, me pergunto; onde vão as pernas e os pés?
Certo que fora Button e Kubica, a grande maioria dos pilotos são nanicos, tendo no máximo 1.70m. Mas mesmo nos carros de antes era necessário ser  pequeno, lembro quanto sofreu Berger ao ir para MacLaren.
É fundamental, ter sempre uma posição, em que se fique confortável e principalmente seguro.
Hoje a FI tem os crash test, sendo os habitaculos bem protegidos e ainda existe aquela moldura para proteger a cabeça lateralmente.

Hamilton e a MacLaren, hoje o piloto fica encapsulado e com a proteção de materiais resistentes.
Button



Até a década de 90 do século passado nada disso existia, é só lembrar da fragilidade das Lotus, que entre tantas ceifaram a vida de Rindt e Peterson. Já naquela época, alguns pilotos mais conscientes, lutavam por mais segurança. Mas carro de corrida sempre foi assim, a constante luta para manter o peso o mais perto possível da limite mínimo, e aí a segurança sempre ficava em segundo  plano.
Hoje com os materiais compostos tudo mudou, mas...  



Para Doris e Ana.

2 comentários:

  1. Grande Rui, bem apropriada esta postagem sobre segurança, aqui nas pistas de terra tem-se levado muito à sério este ítem nos regulamentos. Apesar de a nossa média horária em algumas pistas ser de 100km/h, o nosso piso escorrega bastante então fica bem perigoso!!!

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  2. Belo post, Rui.
    Faltou dizer algo sobre a importância dos capacetes.

    Lembro-me até hoje do dia em que, num treino livre de kart, um "domingueiro" tocou rodas com o Fabiano, o kart dele voou e o pneu traseiro "riscou" o capacete do herdeiro. Graças a Deus, não houve nenhuma consequência maior...

    Abração,
    Guima

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Rui Amaral Jr