A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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sábado, 25 de junho de 2011

O raid dos grandes pilotos



Publicado primeiramente no Jornal Zero Hora - Porto Alegre-RS

24 de junho de 2011





terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A Extraordinária Corrida, em 1940 - Última parte

O terrível desafio imposto a carros e pilotos pelo Grande Prêmio Bi-Centenário de Porto Alegre num trajeto de 2.076 quilometros de estradas do Rio de Janeiro a capital gaúcha, iniciado no dia 14 de novembro de 1940, havia chegado ao fim para apenas 9 das 23 carreteras iniciais.

Arrancando de Florianópolis/SC na manhã do dia 17 de novembro, na quarta e última etapa, o piloto catarinense Clemente Rovere cruzou a linha final em Porto Alegre às 14h51´29" e 4/10 com seu carro número 16, um Ford cupê, no tempo de 9h49´20" e 8/10.

O campeão uruguaio Hector Supicci Sedes havia vencido a etapa Curitiba/Florianópolis e portanto saiu na frente de Rovere, mas, o motor da sua carreteira Ford fundiu a poucos quilometros de Porto Alegre, quando estava 9 minutos à frente do catarinense.

No cômputo geral da prova, Rovere estava, nessa altura, 1 hora e 9 minutos à frente dos demais pilotos e bastava manter essa diferença para alcançar o triunfo final.

Mas, mesmo assim impôs ritmo forte ao seu desempenho até a localidade de Passo do Socorro, a fim de ganhar o prêmio "Estado de Santa Catarina", destinado ao piloto que atravessasse o território catarinense em menor tempo.

Daí para a frente, reduziu a velocidade do carro até a linha final. Somados os tempos dos pilotos dos 9 carros que resistiram à maratona das quatro etapas, Clemente Rovere foi consagrado o grande vencedor, com o tempo total de 27h59´01" e 4/10, seguido de Ernesto Ranzolin/João Pedro Souza Oliveira - carro 26 - Ford 1940 cupê De Luxe - 29h57´17" e 1/5; Adalberto Morais/Armando Avelino Rodrigues - carro 36 - Chevrolet - 30h55"e 1/5; Oscar Bins/David Souza - 2 - Ford - 30h31´45" e 2/10; Antonio Rodrigues Peres e Amaro Calmon - 4 - Mercury - 30h39´55" e 2/5; Raulino Miranda e Ervino Reguze - 38 - Chevrolet - 30h59´55" e 2/5; Iberê Correia/Ismael Soriano - 6 - Ford - 31h22´27"; Ari Cortese de Santana/Ernesto de Souza Fontes - 30 - Ford - 32h22´21" e 1/10; e Salvador M. Pereira/Antonio Garcia - carro 20 - Willys - 35h50´43" e 3/10.

Apesar das chuvas e do estado de conservação das estradas, a média horária de Rovere foi de 73,971 quilometros/hora; Ranzolini fez 69,113 km/hora; e Adalberto Morais 68,640 km/hora.

Dessa forma dava-se por encerrada a disputa de uma das mais famosas e importantes corridas de carros em estrada já realizadas no país, cuja história descansa nas páginas empoeiradas do livro do tempo sobre as competições automobilísticas brasileiras. Numa foto de hoje, a carreteira de Ranzolin passando por Antonio Prado/RS; na outra, Adalberto Morais/Armando Rodrigues e o Chevrolet da dupla.

Por Ari Moro

Fotos do acervo pessoal do amigo Antônio Ranzolin filho do saudoso exímio piloto de gaúcho de carreteras Ernesto Ranzolin.
23/12/2010 às 00:00:00 - Atualizado em 22/12/2010 às 23:43:22

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A Extraordinária Corrida, em 1940 - Capítulo V

No dia 17 de novembro de 1940, pela manhã, o campeão uruguaio Hector Supicci Seedes, com sua carretera Ford número 10, arrancou de Florianópolis/SC na frente dos demais competidores rumo à Porto Alegre/RS, a fim de cumprir a última e decisiva etapa de 636 quilometros do Grande Prêmio Bi-Centenário de Porto Alegre, iniciado no Rio de Janeiro/RJ no dia 14 do mesmo mês.

Não haveria nova chance. Poucos carros e pilotos suportariam a dura prova até a bandeirada final. Logo atrás de Hector arrancaram as carreteiras 16 - Ford - do catarinense Clemente Rovere e 4 - Mercury - do gaúcho Antonio Rodrigues Peres, seguidos, entre outros, pelos carros de Ernesto Ranzolin - 26 - Ford, Adalberto Morais - 36 - Chevrolet, Oscar Bins - 2 - Ford, Raulino Miranda - 38 - Chevrolet, Ari Cortese - 30 - Ford, Iberê Correia - 6 - Ford, Salvador Pereira - 20 - Willys, Julio Vieira - 12 - Lincoln Zephyr e Belmiro Terra - 46 - Chevrolet. Pela frente o longo percurso passando pelas cidades de São José, Palhoça, Várzea Grande, Taquaras, Barracão, Lomba Alta, Bom Retiro, Canoas, Rio Bonito, Índios, Lages, Vacaria, Antonio Prado, Farroupilha, Caí e São Leopoldo. Os pilotos exigiram o máximo dos carros.
O motor da carreteira de Belmiro Terra quebrou em Lages. Mas o pior aconteceu com Hector Supicci, que colocou seu carro 9 minutos à frente do carro de Rovere, já em solo gaúcho.

No entanto, a poucos quilometros do final, na cidade de Sapucaia, o motor Ford da sua carretera fundiu. Era o fim para o campeão uruguaio. Rovere passou e venceu com o tempo de 9h49´20" e 8/10. Em segundo chegou Ernesto Ranzolin com 10h24´37' e 8/10, ficando em terceiro lugar Adalberto Morais com 10h27´36´´ e 4/10.

Em seguida receberam a bandeirada dessa etapa os pilotos Oscar Bins, Antonio Peres, Raulino Miranda, Ari Cortese, Iberê Correia e Salvador Pereira, este com o tempo de 12h31´57".

Dos 23 iniciais, apenas 9 carros venceram o grande desafio. Clemente Rovere recebeu a bandeirada do Prefeito Municipal de Porto Alegre - Loureiro da Silva, em frente a escadaria do prédio do Palácio Municipal.

Mas, somados os tempos de cada etapa dos 2.076 quilometros, quem seria o grande vencedor da prova? Não perca a sequência! Nas fotos de hoje, Clemente Rovere, com os louros da vitória, carregado pelo povo e, a chegada da carreteira Ford 26 de Ernesto Ranzolin, em Porto Alegre.



Por Ari Moro

Publicado primeiramente no Paraná On Line
http://www.parana-online.com.br/canal/automoveis/news/498647/?noticia=A+EXTRAORDINARIA+CORRIDA+EM+1940+PARTE+V

Fotos do acervo pessoal do amigo Antônio Ranzolin, filho do saudoso exímio piloto gaúcho de carretera, Ernesto Ranzolin

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A Extraordinária Corrida, em 1940 - Capítulo III


Cumprida a primeira etapa de 493 quilometros entre Rio/São Paulo/SP do Grande Prêmio Bi-Centenário de Porto Alegre, os 15 pilotos "sobreviventes", após descanso e os reparos nos carros, partiram às 9,00 horas do dia 15 de novembro de 1940 para disputarem curva a curva o trecho de 496 quilometros até Curitiba, passando por Cotia, São Roque, Sorocaba, Campo Largo, Itapetininga, Gramadinho, Capão Bonito, Apiaí, Capela da Ribeira e Bocaiúva do Sul.

Ainda sob chuva largaram, de acordo com a ordem de chegada em São Paulo, os pilotos: Clemente Rovere/SC - carro 16 - Ford; Francisco Landi/SP - carro 18 - Ford; Iberê Correia/SC - 6 - Ford; Catharino Andreatta/RS - 42 - Mercury; Julio Vieira/SP - 12 - Lincoln Zephyr; Ernesto Ranzolin/RS - 26 - Ford; Adalberto Morais/RS - 36 - Chevrolet; Antonio Peres/RS - 4 - Mercury; Raulino Miranda/SC - 37 - Chevrolet; Oscar Bins/RS - 2 - Ford; Hector Supicci/Uruguai - 10 - Ford; Ari Corteze/Rio - 20 - Ford; Belmiro Terra/RS - 46 - Chevrolet; Salvador M. Pereira/SP - 20 - Willys; Etel Cantoni/Uruguai - carro 44 - Ford.

Após muitos trancos e barrancos, o piloto gaúcho Catharino Andreatta, em início de carreira e que já despontava como um "cobra" das corridas de carros em estrada, venceu esta segunda etapa do GP, perfazendo o trecho em 6 horas, 18 minutos, 37 segundos e 6/10.

Em segundo lugar classificou-se o piloto uruguaio Etel Cantoni com 6 horas, 30 minutos, 31 segundos e 4/10 e em terceiro o catarinense Clemente Rovere com 6 horas, 30 minutos e 50 segundos.

Apesar da fantástica prova não contar com nenhum piloto paranaense, a chegada dos carros em Curitiba ocorreu, sob grande expectativa, na rua Comendador Araujo, em cujas calçadas a multidão aglomerou-se para saudar os participantes.

Na sequência chegaram os pilotos Julio Vieira, Iberê Correia, Oscar Bins, Luis Tavares de Morais, Adalberto Morais, Ernesto Ranzolin, Belmiro Terra, Ari Corteze, Raulino Miranda e Hector Supicci, este no tempo de 7h44´.

O carro número 18, de Francisco Landi, sofreu avaria enquanto o piloto Salvador M. Pereira não conseguiu chegar até às 18,00 horas daquela data. Nessa altura dos acontecimentos os pilotos haviam percorrido praticamente a metade dos 2.076 quilometros previstos até Porto Alegre/RS e as coisas começavam a se alinhar, ou seja, os carros melhor preparados para enfrentar tamanha maratona e os pilotos mais arrojados já despontavam.

Nas fotos de hoje, a largada, em São Paulo e a chegada, em Curitiba, em frente ao Restaurante e Hotel Bahia, na rua Comendador Araujo, de uma das carreteiras Ford participantes do GP. Agora, a terceira etapa, Curitiba/ Florianópolis. Não perca!


Por Ari Moro

Fotos do acervo pessoal amigo Antônio Ranzolin, filho do saudoso exímio piloto gáucho de carretera, Ernesto Ranzolin.

Publicado primeiramente no Jornal do Automóvel de Curitiba-PR e Paraná On line
http://www.parana-online.com.br/canal/automoveis/news/495396/?noticia=A+EXTRAORDINARIA+CORRIDA+EM+1940+PARTE+III?reference_id=98e897b03df937c37ff6cebcf4c4f75e687fdd01
02/12/2010 às 00:00:00 - Atualizado em 01/12/2010 às 22:07:30

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

70 anos do raid Rio de Janeiro a Porto Alegre - 14 a 17 de novembro de 1940 - Capítulo I

A exatos 70 anos terminava a 1ª prova automobilística brasileira de longo percurso, prova esta em homenagem ao bi-centenário de Porto Alegre, capital gaúcha.

Recordemos o grande dia - em 14 de novembro de 1940 da frente do Automóvel Club do Brasil que promovia e controlaria a grande prova junto com a secção do Rio Grande do Sul e ainda o Touring Club do Brasil foi dada a largada para as quatro etapas ao gaúcho Oscar Bins, seguido a cada minuto pelos pilotos: Antônio Perez, Iberê Correa, Norberto Jung, Hector Suppici Sedes, Júlio Vieira, Fernando Alves, Clemente Rovere, Chico Landi, Salvador Pereira, Quirino Landi, Milton Brandão, Ernesto Ranzolin, José Lugeri, Ary Cortese Santos, Luiz Tavares Moraes, Adalberto Moraes, Raulino Miranda, Carlos Frias, Catharino Andreatta, Eitel Cantoni e Belmiro Terra.

Competição esta, bastante acirrada e que foi dividida em quatro etapas.

A primeira etapa do Rio de Janeiro a São Paulo, num total de 500 quilômetros.

A segunda etapa de São Paulo a Curitiba, percurso de 496 quilômetros.

A terceira etapa de Curitiba a Florianópolis, percurso de outros 444 quilômetros.

Passagem do piloto Ernesto Ranzolin por Antônio Prado-RS

E a etapa final entre Florianópolis e Porto Alegre num total de 636 quilômetros.

Passagem do piloto Ernesto Ranzolin por Lages-SC

Totalizando 2076 quilômetros de prova.


O trajeto a seco já era um horror, com a chuva que caiu constantemente tornou-se um pesadelo. O grande Norberto Jung foi a primeira importante baixa ao bater em um barranco ainda na primeira etapa. Outro candidato a vitória, Catharino Andreatta abandonou em Blumenau quando ele liderava a terceira etapa.

Rovere surpreendente liderava perseguido por Suppici – o ás uruguaio que parou por quebra em Sapucaia do Sul já próximo a capital gaúcha.

O vencedor foi o competente piloto catarinense, Clemente Rovere.

O 2º colocado foi o gaúcho Ernesto Ranzolin que recebeu a bandeirada às 15 horas e 27 minutos pilotando seu Ford V8 l940, # 26.

Momento após a chegada de Ernesto Ranzolin, Vice-Campeão da Corrida Automobilística

Curiosidades:

Dos vinte e três participantes apenas nove conseguiram chegar, além do vencedor Clemente Rovere, e vice, o gaúcho Ernesto Ranzolin, foram, 3º Adalberto Moraes, 4º Oscar Bins, 5º Antonio Perez, 6º Raulino Miranda, 7º Iberê Correa, 8º Ari Cortese e 9º Salvador Pereira.

A média de toda a prova foi de 69 quilômetros 113 metros, o que atesta a péssima qualidade das estradas em todos os percursos tendo, a prova consumido 29 horas e 57 minutos da largada a chegada em Porto Alegre.


Agradeço ao amigo, Antônio Ranzolin, o convite para escrever sobre este importante marco do automobilismo brasileiro e seu saudoso pai, o exímio piloto gaúcho Ernesto Ranzolin, radicado por mais de 40 anos em Lages-SC. E todo material disponibilizado.

Graziela M. Rocha