A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 25 de abril de 2012

VELOZ E ETERNO

                       
Em Morro Alto, no dia 17 de fevereiro de 1952, Burlamaque vinha na frente, com o seu Cadillac LaSalle. Próximo a Santa Terezinha uma capotagem tirou-lhe a vida.

Sobre o pedestal, o busto em bronze. Em torno dele, na Avenida Araribóia, de Capão da Canoa, as carreteiras estacionadas roncaram alto, subindo o giro dos seus motores durante um longo minuto. Para homenagear um piloto morto, o silêncio seria inadequado. Antoninho Burlamaque, o piloto que virou estátua, nasceu em Guaporé, em março de 1919. Em 17 de fevereiro de 1952, aos 33 anos, capotou sua "barata" Cadillac LaSalle, próximo à praia de Santa Terezinha, enquanto disputava a prova do 1º Circuito das Praias do Atlântico, e morreu. Antoninho iniciou sua carreira em 1950, quando disputou o 1º Circuito da Zona Sul, ficando com a quinta colocação, depois de adquirir a carreteira Ford 1940 V8 de Alcídio Schroeder. Ainda em 50, participou do 2º Circuito da Pedra Redonda, enfrentando os cobras da Capital, e classificou-se em 3º lugar. Em 1951, competiu fora do Estado, obtendo um nono e um quinto lugares. Com uma carreira ascendente, estava vencendo quando ocorreu o acidente. Diogo Ellwanger ganhou a taça, mandou gravar nela "Ao virtual vencedor do Circuito das Praias do Atlântico" e foi a Caxias do Sul entregá-la à viúva.
O busto de Antoninho Burlamaque na Avenida Araribóia em Capão da Canoa.

O Cadillac LaSalle com a frente ainda quase original.

Curiosidades:
- O município de Capão da Canoa erigiu monumento com o busto do piloto, na Avenida Araribóia no centro
- Foto N° 3, a carretera antes da frente ser cortada e substituída suspensão (era ação de joelho) por eixo inteiriço e molas semi-elípticas
- Outra homenagem importante foi da ARVO, chamando a 1ª Prova, a partir de 1953 de 1ª Prova Antoninho Burlamaque
- Na inauguração do busto de Antoninho Burlamaque, seus colegas cercaram-no com suas carreteras e, ao invés do minuto de silêncio, aceleram-nas. O ronco dos motores foi ensurdecedor


Colaboraram: Armando C. Burlamaque e Nelson M. Rocha - Passo Fundo-RS
Fotos Arquivo pessoal de Armando C. Burlamaque

Publicado primeiramente no Almanaque Gaucho-Zero Hora
http://wp.clicrbs.com.br/almanaquegaucho/?topo=13,1,1,,,13





sábado, 22 de janeiro de 2011

Novas histórias das velhas carreteiras

As pessoas sintonizadas com o automobilismo de competição no Brasil sempre tiveram e terão no carro de corridas denominado no passado de “carretera” (em espanhol, significando caminho, estrada) ou, carreteira (aportuguesando), motivo para muita prosa.

Tratava-se de carro de série ou, de rua, preparado e “envenenado” para corrida ao gosto e de acordo com o “bolso” do freguês. A prática entrou no Brasil via Argentina, que teve famosos pilotos de “carretera”, entre os quais o próprio Juan Manuel Fangio, cinco vezes vencedor do campeonato mundial de automobilismo, atual Fórmula 1.

No Brasil, as carreteiras dominaram as corridas nas décadas de 1940 e 50 até meados da década de 1960, quando foram aposentadas e passaram a fazer parte da história, se bem que uma ou outra ainda é utilizada hoje em corridas especiais.

Lembremos que, antes delas, os pilotos usavam carros abertos, ou seja, sem teto, que se mostravam mais perigosos quando em capotamento, ocasionando por vezes a morte dos mesmos.

Daí passou-se para carros fechados, as carreteiras, mais seguros. O nosso propósito hoje é mostrar ao leitor como eram construídas as primeiras carreteiras, com direito a espelho retrovisor, farol de mão lateral, rádio, antena, placa de licenciamento e outros badulaques inúteis, que só representavam mais peso a ser movido.

Até que “caiu a ficha” dos construtores que passaram a fazer carros lisos, rebaixados, aliviados de todo peso extra, chegando à forma final na década de 1950, como foi exemplo a carreteira do paulista Camilo Christófaro.

Numa foto, a carreteira Ford múmero 30 (só de canos de escape levava vários quilos) do gaúcho Dante Roveda, o “Gavião da Serra”, de Vacaria/RS, que está de sapatos bi-color e o infalível lenço no pescoço.

Na outra, em 1950, o famoso piloto gaúcho Antoninho Burlamaque (falecido numa prova com uma carreteira Cadillac) e a sua carreteira Ford, com para-lamas “feitos a machado”, baita para-choque, antena de rádio e no teto um sistema de serpentina pelo qual circulava a água do radiador para melhor resfriamento do motor (a fama do motor Ford era de que, quando esquentava demais, não “puxava” mais. Daí...


Por Ari Moro

Publicado primeiramente no Paraná Online e jornal do Automóvel de Curitiba-PR
20/01/2011 às 00:00:00 - Atualizado em 19/01/2011 às 22:24:37

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um pouco mais sobre a carretera de Orlando Menegaz: a Chevrolet/Corvette


Como sabemos a Corvette lançada no ano de 1953 era acionada pelo velho e bom 6 cilindros em linha, que foi repetido em 1954 e 1955. Agora junto com o motor V/8.
A partir de 1956 somente o V/8 utilizado até os dias de hoje.
Orlando Menegaz adquiriu seu V/8 Corvette com a caixa de câmbio de 3 marchas + ré em 1957, do colega Argemiro Adolfo Pretto, também piloto de carretera e dono da concessionária Chevrolet da cidade de Encantado-RS, através do qual, importou 3 motores pela então CACEX... era o ano de 1957.
Armando C. Burlamaque, sobrinho do Antoninho Burlamaque - único piloto de carretera a morrer na lide, passou por Encantado, visitou Pretto e trouxe para o Orlando notícia do motor.
Armando é a pessoa que mais conhece o assunto carretera, na região. Foi concessionário Chevrolet em Passo Fundo-RS, também daí as ligações.
A colocação do motor/caixa de câmbio Corvette, na “barata” Chevrolet 1938, o acerto do diferencial que resiste o tranco consumiu o resto do ano.
1958, a carretera N˚4, 9, 24, e 1 está pronta, ganhando as seguintes provas:
Centenário, de Passo Fundo em 02 de fevereiro de 1958,
Festa da Uva em 09 de março de 1958,
Circuito Automobilístico de Melo (Uruguai) em 30 de março de 1958,
VI Mil Milhas de Interlagos em 25 e 26 de novembro de 1961, agora com Ítalo Bertão,
III 500 km de Porto Alegre em 23 de setembro de 1962. Com Orlando ao volante.
Foram 6 vitórias.
Recordando que Orlando é o único piloto interiorano a ganhar duas Mil Milhas Brasileiras. A 1ª foi em 1957 com a Corvette do Aristides Bertuol, cujo motor viajou num avião da Varig Internacional em 1957, com o comandante gaúcho Gastão Werlang, que também corria de carretera (era sócio do João Galvani - Chevrolet/Corvette N˚16).
Bertuol viajou para os EUA para comprar tal motor.
Ainda em relação a motores:
A Cadillac usava desde 1930 até 1940 motores V/8, V12, V/16. A partir de 1941, até hoje a top da linha da GMC passou a usar só o V/8.
Agradeço ao amigo Nelson M. da Rocha a cedência deste.