A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

BESOUROS NO ASFALTO – VIII

Na largada saindo na pole e com o cambio de 5 marchas Jr dispara na ponta...
na Ferradura João Franco, Alvaro Guimarães, Edson Yoshikuma, Arturo Fernandes e Amadeo Campos estão embolados enquanto Jr Lara já abriu na liderança.
 Arturo e Amadeo

OS PROTAGONISTAS
Pocket-rocket
 Arturo
 Mogames
   

Etapa derradeira, nada mais para blefar, nada a esconder. Agora o jogo era às claras. Haviam três na disputa mas apenas um voltaria para casa campeão. Com vantagem nos pontos, inegavelmente Ricardo Mogames era o favorito. Era atrás dele que os desafiantes teriam de correr. Estes por sua vez, não eram amadores: Luis Lara Campos, determinação, arrojo, melhor VW da categoria, era um deles. Arturo Fernandes, atual campeão brasileiro da Divisão 3, estrategista, astuto, habilidoso na pista molhada, o outro. Mogames tentava ampliar a vantagem e treinara com antecedência em Interlagos, mas não conseguiu o mesmo desempenho no treino de formação do grid. Largando em sétimo, tinha que torcer por uma performance ruim dos adversários. Mas na primeira bateria o pole position Lara Campos venceu com propriedade enquanto Arturo brigava com João Franco pelo terceiro lugar. No finalzinho, Franco, sentindo os efeitos de sua participação em um casamento na véspera – ele era o padrinho – acabou cedendo a posição. Mogames estava longe, em oitavo, vinte e sete segundos atrás do Turito, este, uns dez segundos atrás de Lara Campos. No passado, Lara já havia estado com um título no colo, mas uma ou melhor, duas caixas de câmbio quebradas, o haviam tomado dele. Será que agora, com o Pocket-rocket na ponta dos cascos, seus esforços seriam premiados? Poderiam ser, não fosse a chuva. A segunda e decisiva bateria foi disputa com um adicional que fez toda a diferença: pista molhada. Arturo Fernandes mandou ver e já era o líder na quarta volta quando rodou na Junção, mas teve a sorte de que seu carro ficou virado para a direção certa e Turito conseguiu fazer com que o motor funcionasse novamente. Terminou em segundo atrás do vencedor Amadeo Campos, colocação mais do que suficiente para fazer Arturo Fernandes, o “Sorro” sagrar-se bicampeão brasileiro, enquanto Mogames terminava em quinto. E esse foi o fim de uma era. A partir de 1981, a Divisão 3 teria seu nome mudado para Hot-Car e receberia muitos pilotos egressos do antigo Torneio Passat. Verdadeiros resistentes, nossos personagens ainda marcaram presença nas pistas com seus “Besouros”: Mogames aventurou-se também na Fórmula 2 Brasil mas depois levaria o valente 1600 para a TEP; Arturo e Lara Campos uniram-se numa mesma equipe e Lara posteriormente passaria para a Stock-cars, chegando até mesmo a correr no Estoril em Portugal, com a categoria. Felizmente estão todos por aí, prontos para contarem suas versões e dizerem “que não foi bem assim”. A eles e todos os pilotos que estavam em ação nessa época maravilhosa, o nosso muito obrigado.

 Arturo chega e comemora com a equipe.


GLOSSÁRIO:

Sorro- mamífero carnívoro da família dos canídeos, encontrado nos campos úmidos do sul do Brasil, no Paraguai, norte da Argentina e Uruguai, sendo chamado nos países hispânicos de “Zorro”. Símbolo de astúcia e dissimulação, costuma fingir-se de morto para enganar os caçadores.

CARANGUEJO

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Jr e Arturo

Ultima corrida de 1980, Lara Campos e Ricardo Mogames não tínhamos marcado pontos na etapa noturna, vencida pelo José A. Bruno, para embolar ainda mais o campeonato 1980, o campeonato para mim estava difícil, a não ser que estivesse de mãos dadas com a sorte, pois precisaria de uma má atuação do Ricardo Mogames e Arturo Fernandes, coisa difícil mas possível.

Havia sido aprovado já valendo para essa ultima prova o câmbio de 5 marchas que poderia ser usado no ano de 1981, o meu pronto e testado, só estava guardado, era 1 a 2 segundos mais rápido que o de 4 marchas.

Estando meu carro muito rápido, surgiu primeira esperança de ser campeão de 1980, quando o Mogames e Arturo não apareciam entre os 6 primeiros colocados em nenhum momento nos treinos, nem acreditava no que estava acontecendo rsrsrs.

Sábado, classificação para definir o grid de largada, meu carro estava bom, mas o tempo não vinha, ventava muito, estando com o 3 tempo virando na casa dos 3m 27s 65c um tempo ruim pois nos treinos virava em torno de 3m25s, mas ninguém estava com boa marca, o passat do Yoshikuma era o mais rápido, com 3m 27s, 21c, a seguir o João Franco (passat), Lara (VW), Vicente Correa (passat), Waldir Silva (passat), Arturo (VW), Bruno(VW), Mogames(VW), Amadeo(VW).......

Saindo novamente, faltava uns 15 minutos para encerrar a classificação, estava bem animado com o resultado do Arturo e Mogames, com um jogo de pneus novos e com um coringa guardado que seria usar minha 1 marcha na saida da curva do S e curva do bico de pato, com receio pois a rotação de meu motor chegava a 8.700 rpm na saida destas curvas, mas precisando da vitória no domingo dei a 1 volta aquecendo, vindo em minha 2 volta para marcar o tempo de 3m 26s 55c já era o melhor tempo do dia, em minha 3 volta marquei em 3m 26s 05c era a pole pois ninguém consegui abaixar seus tempos, ai fiquei animado, saindo em 2 o Yoshikuma com 3m 27s 21c, o Arturo era 4 colocado com 3m 28s 90c, o Amadeo em 6 com 3m 30s 11c, em 7 o Mogames com 3m 31s 03c.

Obs. aproximadamente cada 1 segundo em Interlagos é uma diferença de quase 100 metros por volta, sendo que o tempo percorrido de 7.873 metros em 3 minutos25 segundos, dava uma media horaria de 140km/h.

Se terminasse pela ordem de classificação a corrida, eu era o campeão com 84 pontos, Mogames 81, Arturo 78, rsrs sonho né.

No domingo, o tempo amanheceu bom e ficou nublado, fiquei preocupado pois na pista molhada meu carro ficou ruim, depois que foi mudado o regulamento da categoria em agosto de 1980 (coisas de Yoshikuma, cartola da categoria na época), proibindo o uso de molas no amortecedor, essa proibição pegou em cheio minha suspensão traseira independente já que era o único que usava molas no amortecedor para ajudar as torções traseiras, com isso, tinha a opção em pista molhada de amolecer a suspensão traseira tirando só as molas. Para compensar a retirada das molas, fui obrigado a usar torção mais dura, ficando sem opção de uma rápida regulagem do carro para pista molhada.

Usando o cambio de 5 marchas, escondido de todos e saindo na pole, pneus novos, novo motor com menos potência que o de classificação mas tinha 154 HP a 8.300 rpm, era motor que vinha usando no campeonato, sabia que iria pular na frente na largada, por isso essa largada sensacional na foto abaixo, estando meu carro perfeito, meu motor um verdadeiro canhão, ganhei essa bateria com facilidade abrindo 15 segundos para o 2 colocado, garantindo uma boa vantagem em caso de chuva na 2 bateria, em 4 o Arturo, 6 o Amadeo, em 7 o Mogames.

Todos em seus box aguardando a 2 largada, quando cai uma chuva daquelas de verão aquela pancada, a largada foi adiada por 1 hora, estava nervoso, meu carro já com pneu de chuva, saímos para alinhar com uma chuva leve, notei que o carro não parava no chão,( para quem não entende nada de automobilismo...todo carro de competição é bem mais duro de molejo que um carro normal, neste caso era necessário amolecer o seu molejo), mas com sorte talvez ganharia, pois tinha uma grande vantagem para o Arturo e Mogames, não adiantou, na 2 volta fui ultrapassado pelo Amadeo Campos e o Arturo, o Mogames não me lembro, mas ele estava bem ruim, mas na curva da junção vejo o Arturo na contra mão, ele tinha rodado, passei por ele, mas para ser campeão em qualquer modalidade de competição, tem de ter sorte, isso sem duvida o "Espanhol" tem como era chamado, pois rodar na junção e não bater no muro, que sorte, ele me ultrapassou novamente descontou a diferença e foi cruzar a bandeirada para ser novamente Campeão.

Jr Lara Campos

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Mais uma vez meu amigo Caranguejo escreveu sobre sua paixão por uma categoria que empolgava à todos que a acompanhavam. Me desculpe o Mogames e outros bons nomes da categoria mas a verdadeira luta era com esses dois grandes pilotos; Jr e Arturo e qual dos dois fosse o campeão o titulo estaria em boas mãos. 
Falar/escrever dos amigos é fácil e complicado, os dois grandes pilotos, aguerridos, rápidos e grandes acertadores.
Quinta Feira passada almoçando com o Jr conversamos sobre o campeonato esta última corrida e seu depoimento, com o Arturão conversei no Domingo à tarde e quando ele voltar de viajem vou arrancar dele um depoimento. Numa coisa o Jr e eu concordamos, o titulo ficou em boas mãos.
É isto, da junção de meus três amigos saiu essa novela em oito capítulos e certamente vem mais por aí!
Aos três minha amizade, admiração e carinho.

Rui Amaral Jr    

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

BESOUROS NO ASFALTO – VII


Em tudo, a penúltima etapa do Campeonato Brasileiro de Turismo Especial de 1980 foi diferente. Em vez de duas baterias com seis voltas, bateria única com quarenta voltas e reabastecimento e troca de pneus; em vez de domingo, o dia da prova foi uma sexta-feira à noite, largada à meia-noite; em vez dos tradicionais favoritos, novos nomes. O que não mudou foi a formação do grid. Ricardo Mogames, um dos que temiam que o novo formato da disputa pudesse prejudicar carros potentes mas menos resistentes como os Divisão 3, fez a pole-position. Edson Yoshikuma veio logo depois, com Arturo Fernandes, Amadeo Campos, Lara Campos e Amadeu Rodrigues. 

Edson

Contudo, sendo todos maiores e vacinados, não havia o que temer. Esperava-se que tivessem juízo e lembrassem que a corrida era longa e poupassem seus equipamentos. Porém, como diria Rui Amaral Jr, uma vez lá dentro, todo o mundo quer é mandar a bota. Dito e feito. Na largada, Yoshikuma assumiu a ponta, seguido por Amadeo Campos, Turito, Lara Campos e João Franco. Ainda na primeira volta, Vicente Correa procurava os boxes, com um pneu furado. Na volta seguinte, nosso consultor, Jr. Lara Campos abandonava na Curva do Laranja. Yoshikuma, Amadeo e Arturo iniciavam uma corrida à parte, com Amadeu Rodrigues acompanhando-os de longe. E as quebras continuaram: J.Franco, com problemas de embreagem e Rick Mogames, que teve um pneu furado e bateu forte na Curva 3. Edson, Amadeo Campos e Arturo mantinham sua corrida particular, trocando vácuo e se distanciando, enquanto Vicente Correa era o mais combativo. Depois da parada prematura, mandara às favas a prudência e na 17ª volta já era o quinto colocado. A equipe de Edson Yoshikuma foi a mais rápida nos pit-stops – 58 segundos - mas como de praxe, Edson abandonou logo depois com a tampa de óleo solta. Arturo Fernandes também teve problemas e Vicente quebrou a homocinética quando já estava em segundo. Quem sobrara? José Antonio Bruno, que no início da temporada dirigia a Brasília que na opinião do Tito Flávio Tilp é “a mais belas das Brasas”. 


Voltando ao VW1600, Bruninho já tivera de tudo um pouco na corrida Acidentara-se nos treinos e na prova, rodou na décima volta depois de um pneu furado. Fazendo uma corrida de recuperação, Bruno era o segundo na 31ª volta, atrás de outro “cauteloso”, Amadeu Rodrigues. A sorte finalmente iria ajudar Amadeu? Nada disso. Um pedaço de jornal tapou o radiador de óleo e Rodrigues precisou parar no final do Retão, pois a temperatura subiu muito. Tempo o bastante para Bruno passar à frente e vencer, uma vez que o diretor da prova equivocou-se e deu a bandeirada quando ainda restavam duas voltas. Bruno foi o grande vencedor e Amadeu Rodrigues foi o segundo. Dos protagonistas, Turito teve menos prejuízo e apesar do problema de quebra do balanceiro, terminou em sexto. Mogames ainda era o líder com 77 pontos, Arturo o segundo com 66 e Lara Campos o terceiro com 64. Restando uma etapa, quem apostaria no nome do Campeão?

José Antonio Bruno

Caranguejo

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Jr, Arturo e Amadeo

Nem lembrava desta corrida, mas pelas anotações que tenho quebrou um balancim de válvula e praticamente me tirou da briga pelo campeonato mas tinha chance ainda..... No ano de 1978 essas corridas noturnas lotavam o Autódromo de Interlagos, lotavam mesmo com neblina sem neblina pista úmida por causa do sereno em fim era uma farra para nos pilotos e publico. 

Jr Lara

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

BESOUROS NO ASFALTO – VI

Mogames e Vicente contornam a Subida do Lago

Sexta etapa, aproximava-se a decisão. O ex-líder Ricardo Mogames, planejava uma reação. A última etapa fora desastrosa, seus adversários haviam ganhado terreno e era necessário voltar a vencer ou marcar pontos. Edson Yoshikuma e seu Passat dominaram os treinos e ficaram com a pole position , seguidos de outro Passat, o de Vicente Correa, preparado pelo experiente Ico Cilento. Depois aparecia Mogames como o melhor dos VW1600, Amadeu Rodrigues e Amadeo Campos. O sexto era Lara Campos, que sofria com problemas de carburação e o sétimo, João Franco. O oitavo, Arturo Fernandes, enfrentara um problema incomum: tivera quatro pneus estourados nos treinos, seguidos de quatro batidas que desalinharam o carro do Turito. Na prova, Mogames surpreendeu os Passats à sua frente e liderou quase até o fechamento da primeira volta. Yoshikuma o alcançou e passou à frente, até ter problemas com um fio de vela solto, o que mais uma vez o fez quebrar na liderança. Lara Campos, que vinha recuperando-se, encontrou um Vicente Correa pouco disposto a ser ultrapassado, o que resultou em muita chiação de Lara no fim da bateria. Mais atrás, Amadeu Rodrigues e Turito mantinham uma disputa bem animada até Arturo ter problemas com um superaquecimento. Depois de ter conseguido ultrapassar Vicente Correa na Curva do Laranja, Lara Campos ainda alcançou Mogames mas atrasou-se na Junção, terminando em segundo. 

Vicente
Mogames

Na bateria final, outra vez Mogames saiu na liderança, acompanhado por Correa e Amadeu Rodrigues. Lara Campos não largou bem, rodou e acabou esbarrando em Edson Yoshikuma, que largou das últimas posições e “achou” Lara na Curva 3. Na frente, Correa deixou Mogames para trás; logo Rodrigues faria o mesmo. Lara Campos, que outra vez se recuperava, atingiu a quarta posição. Antes da bandeirada, Arturo Fernandes furaria mais um pneu – o quinto – neste final de semana esquecível. Vicente e Amadeu Rodrigues prometiam uma boa briga para ver quem seria o melhor. Porém acabaram atrapalhando-se na Junção e Correa venceu enquanto Amadeu perdia a segunda posição para Mogames. Ao final Amadeu protestou o Pocket-rocket de Lara Campos, mas nada de irregular foi encontrado. Vencedor na geral, Mogames retornava à ponta da tabela com 77 pontos, seguido por Lara Campos com 64 e Arturo em terceiro com 60. A próxima prova prometia. Além de ser a penúltima etapa, seria uma prova noturna, como as que tanto sucesso haviam feito em 78 em Interlagos e 79 no Rio.

CARANGUEJO

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Descrição exata Caranguejo e Rui, para mim só faltou um pouco de sorte, estava usando pela 2 vez esse motores giradores (acima de 8000 RPM) e elásticos para ver se diminuía a diferença nas retas dos Passats equipados com os modernos motores VW AP 1600 refrigerados a água. Na largada errei e perdi posições, já irritado, tive pela frente o Vicente Correa foi uma eternidade ultrapassa-lo, e resto o Caranguejo já contou. Na segunda largada errei na curva 4 e rodei isso por não ter mudado a posição de minha barra estabilizadora traseira, dei muita sorte, e fui até o final bem aborrecido pois vinha de uma quebra na corrida noturna pontos que fariam a diferença na ultima etapa.

Jr Lara



segunda-feira, 12 de agosto de 2013

BESOUROS NO ASFALTO – V



Metade do campeonato vencida, entrava a Divisão 3 em sua reta final, fase onde quebras e maus resultados poderiam ser fatais nas pretensões dos favoritos. Na quinta etapa, assim como no início da temporada, brilhou a estrela de Luis Lara Campos. Mas nos treinos...Ricardo Mogames foi o cara e dominou a prática, com seu companheiro de equipe Amadeo Campos compondo com ele a primeira fila. Depois, vinham Fernando Moser, Lara Campos, Yoshikuma, Arturo Fernandes, Amadeu Rodrigues, José Antonio Bruno e os demais. Na largada, Rick Mogames saiu na frente, mas uma rodada na primeira volta o deixou em terceiro, assistindo a um bom duelo entre Edson Yoshikuma e Lara Campos, este estreando um novo VW. A quarta posição era disputada por dois Passats, o de Vicente Correa e o de João Franco. Mas o pega melhor era o de Yoshikuma vs. Lara, com muita alternância de posições. 


Uma tentativa de ultrapassagem na freada da Curva do Esse, porém foi mal sucedida e Lara Campos acabou chocando-se com o Passat da Equipe Marshall Lester. Apesar do tranco, ambos continuaram. Yoshikuma permaneceu na frente e Lara só perdeu uma posição, para Mogames, recuperando-a depois e alcançando o primeiro lugar na última volta, quando Edson Yoshikuma abandonou na Ferradura por quebra da junta homocinética. No intervalo entre as baterias, tempo quente. Yoshikuma acusava Lara de haver provocado sua quebra devido à batida. Iria dar o troco, garantia. Felizmente, não houve continuidade. Lara largou disputando a liderança com Mogames, mas o então líder do campeonato teve o motor fundido logo em seguida, o que tornou as coisas mais fáceis para o piloto do Pocket-rocket #5. Assim os protagonistas dessa bateria acabaram sendo Edson Yoshikuma, João Franco e Fernando Moser. Lara Campos foi o quarto e venceu na Geral, com Amadeo Campos em segundo e Vicente Correa em terceiro e numa distante quinta colocação (mas importantíssima para a definição do campeonato), Arturo Fernandes num final de semana em que não conseguiu encontrar um bom motor. Contudo, assumiu a liderança da tabela. Turito passou então à ponta com 60 pontos; 1- Arturo Fernandes 60 pontos, 2- Luiz Lara Campos, 59 pontos, 3- Ricardo Mogames 57 pontos, 4- Amadeo Campos 45 pontos, 5- Amadeo Rodrigues 32 pontos, Jose Antonio Bruno 25 pontos, Edson Yoshikuma 18 pontos.

Melhor volta e novo recorde oficial em corrida foi na 2 volta da 1 bateria do carro 5 com 3 min 24,69 seg media 138,481 km/h 

Caranguejo



João Franco
Edson Yoshikuma 




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HISTORIA BOA, INTERLAGOS CURVA BICO DE PATO

Depois da largada na reta apontava Mogames, Amadeo Campos,  Lara, Fernando Moser e Yoshikuma, com a troca de posições  na freada da curva 3 entre Lara e  Amadeo Campos. A partir da 3 Lara ultrapassa Mogames  e Mogames ultrapassa Lara no inicio da curva do Café, me lembro que contornava em 2 marcha colocando a 3 marcha no inicio da curva do café a 8300  RPM e vi o Mogames  me ultrapassar na minha  trocar marcha pois ele trocou um pouco mais a  frente, chegamos na curva um  colados, quando na curva 2  o Mogames estoura seu motor, ai  disputa pelo 1 lugar  ficou entre Lara e  Yoshikuma.
Nova disputa pelo 1 lugar pois o Passat de Yoshikuma  ultrapassava os VW  nas retas com seus motores AP em torno de 180 HP ainda não faziam curva, proporcionando uma disputa emocionante pois os VW no miolo principalmente nas curvas de media e baixa eram bem mais rápidos e foi o que ocorreu  na curva do  Pinheirinho, o VW de Lara saia  ao lado de Yoshikuma  indo para indo cruzar para o lado de dentro na curva do Bico de Pato quando por 2 vezes havia toque de minha roda dianteira esquerda com roda dianteira direita do Yoshikuma para tomar a ponta na curva do mergulho que era para esquerda, procurava não cometer erro na curva da junção encarava a subida em 3 marcha indo por a 4 marcha a 8.300 RPM ja no final da subida( por sinal é um dos lugares de Interlagos que o cronometro fala, fez bem vira tempo bom, errou perde muito tempo) passava na reta dos box em 4 marcha  a frente do Edson, contornávamos as curvas 1 e 2, outro ponto forte de meu carro, só ia perder a posição do meio pro final do retão, aí iniciava tudo de novo, que corrida disputada, até que na ultima volta o carro do Edson quebrou, para meu alivio, fui receber a bandeira quadriculada.


Depois da corrida , o Yoschikuma reclamou muito, pois alegava que só quebrou sua suspensão dianteira por causa dos toques que o Junior Lara dava com sua roda dianteira esquerda em minha roda dianteira direita na saída da curva do bico de pato.

Jr Lara

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

BESOUROS NO ASFALTO – IV

Arturo

A verdade deve ser dita: a etapa de Tarumã teve como principal nome o do paulista Luis Lara Campos Jr. Ele levou o VW Pocket-rocket #5 ao limite, após um acidente sério no sábado; refez o carro a tempo de participar da prova e por pouco não a venceu. Nos treinos, defendendo a honra da gauchada, Fernando Moser marcou a pole, seguido de Arturo Fernandes, que dos “visitantes” era um dos que melhor conheciam os caminhos de Tarumã. Na sequência classificaram-se Mogames,Lara Campos, Amadeo, Amadeu Rodrigues, Yoshuikuma, Romano, Arnaldo Fossá e Waldir Silva. A primeira bateria foi dominada por Moser. Ele liderou por onze voltas até abandonar com problemas. Arturo, Amadeo Campos e Lara ( que mais tarde seriam denominados “a Trinca”) pareciam conformados disputando o segundo lugar mas à sete voltas do final, este passou a valer a vitória e para eles, foi como se a bateria tivesse recomeçado. Em uma passagem emocionante, eles cruzaram pela Reta dos Boxes emparelhados e quem chegou na Curva 1 à frente foi Lara Campos. 



#3 Mogames e 2 Amadeo Campos

Mas numa crueldade, o Pocket-rocket faz com seu piloto tivesse de encostar, por causa de um vazamento. Arturo Fernandes conseguiu manter-se na frente de Amadeo e venceu o duelo. Edson Yoshikuma conduziu o Passat ao terceiro lugar após levar a melhor sobre Amadeu Rodrigues. Na bateria final, Lara Campos que devido à desistência largou em último foi mais uma vez a atração. Raçudo, terminou em terceiro, quase alcançando Amadeo Machado Campos. Arturo não teve maiores problemas para vencer e ainda contou com o fato de Ricardo Mogames haver se atrasado. Amadeu Rodrigues foi o terceiro na classificação geral e Mogames o quarto, com José Antonio Bruno em quinto. Com a vitória, Arturo encurtava a distância para Rick Mogames, ainda líder com 57 pontos. Fernandes estava cinco pontos atrás; Amadeu Rodrigues era o terceiro colocado com 32 pontos, mais ameaçado por Amadeo Campos com 30 e Lara Campos com 29. As próximas quatro etapas seriam em Interlagos e mais do que nunca, o bicho iria pegar.

CARANGUEJO


A TRINCA

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Com a licença de meus amigos Caranguejo e Jr vou anexar o comentário dele para esta corrida. Segundo o Chapa, puxa saco do Jr (rsrsrs), foi uma das mais belas ultrapassagens que ele já assistiu. 

Rui Amaral Jr

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Boa lembrança Caranguejo... Só dei 2 voltas na classificação tenho de abandonar na curva 8 com meu motor estourado, parei meu carro no lado de dentro da pista sabendo que havia derramado óleo no asfalto, e essa curva é de alta para a direita. Vendo o pessoal andar sentado no morrinho quando vejo o Claudio Gonzales rodando e incrivelmente pois essa curva é de alta velocidade, mas em vez de bater no (flex-bim como os gaúchos conhecem) guard-rail do lado de fora da curva foi bater em meu carro na altura da roda dianteira direita que estava no lado de dentro da curva, destruindo minha suspensão dianteira. Já nos box vendo o estrago todo de meu carro pois tinha afetando a fixação da suspensão dianteira, a suspensão virou um “L” desalinhado quando passa em meu box o Fernando Moser com um amigo seu, este tinha uma oficina mecânica...falaram Lara, carrega o carro na carreta e vamos para oficina, vararam a noite.
Pela manhã nem acreditei mas meu carro estava pronto com um novo motor saí no treino da manhã com cuidado e percebi que estava muito bom de chassi e meu motor falando muito alto.
Na corrida na 1 bateria o Caranguejo já descreveu, mas a ultrapassagem que fiz no Arturo e Amadeo iniciou na curva do Tala Larga, fui perfeito nas curva de alta velocidade a 8 e a 9 essa antecede a reta de Tarumã que é em subida, quando vi o Arturo colocando seu carro por dentro do Amadeo e eu com bem mais velocidade coloco meu carro entre o muro do box e o Arturo...pensei vou me ferrar na freada, mas consegui sair na frente dos dois vindo estourar meu motor na penúltima volta por falta de óleo lubrificante pois o filtro de óleo foi montado sem aperto na correria da madrugada...rsrsrs

Jr Lara Campos

    

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

BESOUROS NO ASFALTO - III






A terceira etapa do Brasileiro disputada em Goiás, teve um ótimo público, que compareceu para ver os VWs (em maioria, catorze) enfrentando além do tempo quente o desafio dos três Passats, duas Brasílias e um Fiat. Ricardo Mogames dominou a prova desde os treinos de quarta e quinta-feira e garantiu a pole position. Logo depois vinham Amadeo Machado Campos, Lara Campos, João Franco, José Carlos Romano, Amadeu Rodrigues, Arturo Fernandes, J.A. Bruno, Aratô e Josué Pimenta. A primeira bateria, de vinte voltas, foi quase um passeio para Rick Mogames. Ele largou e “sumiu” na frente acompanhado por Amadeo Campos, enquanto Lara Campos ficava para trás. Turito e Amadeu Rodrigues ficaram à sua frente mas todos foram superados pelo Passat de Edson Yoshikuma, que não andara bem nos treinos (13º ) e vinha realizando uma bela prova de recuperação. Na bandeirada, Edson estava seis segundos atrás de Mogames. O que estava acontecendo? Segundo a reclamação dos pilotos dos VWs, os tanques de seus carros não tinham autonomia para vinte voltas. O próprio líder queixara-se de falhação em seu Volks. Os organizadores resolveram então diminuir a duração da bateria final para 16 voltas. O “povo” dos Fuscas respirou aliviado, mas os “Passateiros” sentiram-se prejudicados. Na verdade, apenas Edson Yoshikuma estava nessa. Waldir Silva só completara quatro voltas enquanto Franco sequer largara. Já Yoshikuma era forte candidato à vitória devido à capacidade do tanque do Passat. Porém, com a distância diminuída, não haveria qualquer vantagem. Assim, Ricardo Mogames dominou também a segunda bateria. Edson Yoshikuma, talvez desmotivado, perdeu o segundo lugar para João Franco, que fez uma boa apresentação depois de largar em último. O trio Arturo-Amadeu Rodrigues-Lara Campos continuou andando junto e terminou em terceiro-quarto-quinto na classificação final. Depois de três etapas, Ricardo Mogames disparou na ponta. Ele somava 47 pontos e Arturo Fernandes tinha 32. Lara Campos era o terceiro com 28. Como tudo iria terminar?

CARANGUEJO

quarta-feira, 31 de julho de 2013

BESOUROS NO ASFALTO -2º Capítulo.

Amadeo, Arturo, Amadeu e Mogames.

Em abril, mês seguinte após a abertura do Campeonato, reuniu-se o “circo” da Divisão 3, na pista de Interlagos e o fato da sede da maioria das equipes ser na Paulicéia logo se fez sentir: 37 carros inscritos num grid puxado por Amadeu Rodrigues, ainda mordido pela desclassificação no Rio. Rodrigues foi o mais veloz, dividindo a primeira fila com o campeão Arturo Fernandes e depois vinham José Romano, Jr.Lara Campos, J.Franco ( o melhor dos Passats), Amadeo Campos e Rick Mogames seguidos dos outros três Passats, de Vicente Correa, Yoshikuma e Júdice. 

Amadeu larga na pole.

No domingo, um público pequeno, assustado pelos 200 cruzeiros (!!) do ingresso, assistiu Amadeu Rodrigues dar uma largada fulminante e tomar o primeiro lugar enquanto Arturo perdia posições para Romano e Lara Campos. Mas ainda no fechamento da primeira volta, Turito assumia a liderança, acompanhado de Amadeo Campos. Revezando-se na frente, eles distanciaram-se do grupo formado por João Franco, Lara Campos, Mogames e Amadeu Rodrigues. Franco e Lara abandonaram a disputa com problemas, o que beneficiou Rodrigues e Mogames que assumiram suas posições. Na ponta, o pega foi até a última volta, quando Arturo Fernandes decidiu a parada. 

 Arturo, Amadeo e Mogames.
Arturo, Mogames, Amadeu e Amadeo.
 Arturo, Amadeo, Jr Lara, Amadeu, Mogames e João Franco.
 Arturo e Amadeo.
 A rodada de Amadeu.


Na segunda bateria foi a vez de Ricardo Mogames largar muito bem, seguido por Arturo e Amadeu Rodrigues. Mas Turito mais uma vez foi para a frente. Amadeo Campos, um pouco mais atrás, começou a pressionar seu companheiro na Equipe Cetil/Presidente, Mogames, para perseguir Fernandes. A briga pela ponta desta vez seria entre três carros (casualmente, o #1,#2 e #3).Percebendo que estava ficando para trás, Amadeu Rodrigues acabou rodando na Ferradura na ânsia por recuperar-se. Já entre os ponteiros, a briga era de foice no escuro. Mogames assumiu o primeiro lugar na freada da Curva 3 na última volta, contudo Arturo devolveu a ultrapassagem no Sargento e venceu outra vez, com pequena vantagem. Com o terceiro lugar na prova, Rick Mogames era o novo líder do Brasileiro com 27 pontos, secundado por Arturo e Lara Campos, empatados com 20. Recuperando-se, Amadeu Campos aparecia na quarta colocação com 15 pontos. As Brasílias de José Antonio Bruno (5º) e Dimas Pimenta (7º), chamaram a atenção por terem terminado melhor que os Passats, mas a disputa estava só aquecendo.

 Romano, Amadeu, Amadeo, Arturo, Mogames...


CARANGUEJO

segunda-feira, 29 de julho de 2013

BESOUROS NO ASFALTO -1º Capítulo.

Novelas...história em capítulos, suspense, clímax. Seria possível transportar todos esses elementos para um Post no” Histórias...” e não matar de tédio aqueles que o prestigiam? Vale tentar. De cara pensei que o jeito era tratar de um tema de interesse mútuo, algo que agradasse a maioria e o que poderia ser melhor do que o Campeonato Brasileiro de Turismo Especial –Divisão 3 de 1980? Esse foi um ano marcante, pois tratava-se da última disputa com os combativos VWs ainda em forma, numa categoria em que eles eram os ícones. A partir da temporada seguinte, uma chusma de Passats aportaria na D3 e alteraria seu nome para Hot-Car. Nada mais seria como antes. Pretendo então, contar o que houve naqueles dias agitados, trinta e três anos atrás, baseado em artigos da época, um pouco da memória e com a vantagem que muitos dos protagonistas – meus personagens – estão por aí e podem vir a público e esclarecer ou mesmo me puxar as orelhas. Vamos lá então, sinal verde.

CARANGUEJO






Início da década de 80, movimentavam-se pilotos, preparadores, mecânicos para a disputa do Brasileiro de Turismo Especial. No ano anterior o Campeonato iniciara em setembro e tivera somente quatro etapas. Desta vez, com o patrocínio de uma instituição financeira e o dobro de corridas, começando em março, pensava-se em resgatar o público fiel da categoria e buscar o espaço que ela vinha disputando com a FVW1600 ou a Stock Cars. Etapa inaugural no Rio de Janeiro, na pista de Jacarepaguá e de cara, pole position do gaúcho Fernando Moser, uma cria de Tarumã e que sempre tinha boa performance na pista carioca. Após o Gordo Moser e na ordem, José Carlos Romano, Arturo Fernandes, Amadeu Rodrigues, José Antonio Bruno (com a Brasília frente limpa-trilho), Amadeo Campos, Lara Campos (este apresentava seu VW novo, com suspensão traseira McPherson), Ricardo Mogames, Yoshikuma e Gonzales. 


Arturo, Amadeu e Romano.
Romano
Jr Lara
Além do calor escaldante, praticamente todos queixavam-se do uso obrigatório das bobinas nacionais. Largada da primeira bateria, Moser saltou na frente enquanto Campos e Bruno tinham problemas. Amadeu Rodrigues logo deixava para trás Romano e Arturo, enquanto Rick Mogames e Lara Campos recuperavam-se. Romano abandonava com problemas na carburação e Rodrigues assumia a liderança. Ele venceria sem grandes problemas, acompanhado por Moser e Arturo Fernandes. Na segunda bateria, Amadeu continuou dando as cartas; ele voltou a assumir a ponta, deixando Fernando Moser brigando com Lara Campos. O motor do gaúcho o deixaria na mão e Lara começou uma boa disputa pela ponta com Rodrigues. 


Chegada, Amadeu e Moser

Enquanto o VW de Amadeu era veloz nas retas, o #5 Pocket-rocket de Lara Campos o alcançava nas curvas e acabou vencendo. Mogames foi o terceiro. E houve então a última surpresa. Pela soma de tempos, Amadeu Rodrigues ganhara a etapa, mas ele terminou desclassificado pois na pesagem seu carro acusou um peso de 685 quilos em vez dos 691 permitidos. E assim Lara Campos venceu, assumindo a ponta do campeonato com 20 pontos, cinco à frente de Mogames e oito sobre Claudio Gonzales. Mas tudo estava apenas no seu início...

Caranguejo


Alguns dos personagens...
Entre José Antonio Bruno e Tide Dalécio está Amadeu Rogrigues.


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NT: A Divisão 3 como todo automobilismo é regida pelo Anexo J da FIA, qualquer modificação no texto original tem que ser aprovado pelo CTD - Conselho Técnico Desportivo. No caso a categoria está inserida no item três do anexo e era disputada com carros de turismo onde a preparação de motores era quase livre, mantendo-se a cilindrada para Classe A até 1.600cc, os câmbios podiam ter suas relações de marchas trocadas, mas como regia o regulamento os sistemas teriam que permanecer os mesmos, ou seja para exemplificar; suspensões com barras de torção não poderiam ser trocadas por sistema McPherson como no caso da Brasília do Dimas que usava a frente enxertada da Variant II trocando a barra de torção original do VW pela McPherson.
No caso do peso do carro do Amadeu, o mínimo para categoria era 685 kg e sua alegação de troca de bateria é verossímil pois nos VW usávamos a ventoinha apenas para refrigeração das camisas dos cilindros, tirando delas o alternador. Alguns pilotos como eu dispunham de tomadas externas para ligar o carro.
Outro dia vi um comentário de um piloto que na D3 era tudo válido ou seja Força Livre, nada disso, existia um regulamento e era rígido como podemos ver no relato do Caranguejo, quem quiser disponho do Anexo J e pedindo envio por e-mail.

Rui Amaral Jr