A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quinta-feira, 24 de março de 2011

PAPO AGRADÁVEL

Ontem no Skype bati um papo gostoso com o Carlos Jaqueire e seu filho Fábio, falamos de muitos amigos que temos em comum no automobilismo e motociclismo. Uma conversa de quem se conhece a mais de quarenta anos, apesar de não nos conhecermos pessoalmente, mas são tantos os amigos em comum que  parecia que estávamos lado a lado tricotando. Carlos tem uma bela história de vida e uma família unida e querida. No final da noite recebi do Fábio e do Pedro Garrafa algumas fotos do autódromo de Cascavel que seria para o post em que o Pedro conta uma volta por aquela pista pilotando um Divisão 3. Então para contar a todos da agradável conversa e das histórias de seu pai que o Fábio ficou de enviar mostro as fotos de Cascavel.  Um forte abraço a todos.




  

terça-feira, 15 de março de 2011

A UNIÃO GARRAFA E JAQUEIRE

Janio, Fabio, Carlos, Zé, Ettore e Fernando e os pilotos Pupo, Pedro e Diego.

Nos posts anteriores vimos histórias de Pedro Garrafa e Carlos Jaqueire sobre passagens suas pelo esporte, mas qual foi o estopim dessa amizade, como tudo começou?
Bom vou tentar colocar de forma temporal.
De tanto ouvir meu pai contando histórias de sua época maravilhosa até mesmo de viver algumas delas, meu irmão por meados de 1997 viu um anuncio de um SPEED 1600 novo pra vender em Guarulhos, carro completo e sem uso e o mais interessante o valor que meu irmão tinha em suas economias. Assim em uma trupe, meu irmão, meu pai e eu fomos ao encontro do bólido. O mais legal que ao chegar lá o carro estava parado na entrada da Truck Special Scapes, predominantemente branco com o característico listrado do fabricante que nesse carro era em amarelo. Descemos e fomos conversar com o dono da fabrica Pedro Garrafa, lá também estavam sua esposa Rosa e seu filho mais velho que corria de kart o Diego. O carro era lindo, os escapamentos pela loja também.



Meu pai como qualquer mecânico pediu para ligar o carro, que logo foi prontamente atendido por Pedro, lembro que o carro pegou bem com um pouco de Gasolina nos carburadores que fez duas labaredas saírem do 4 em 2 dimensionados feito por Pedro, depois de mais algumas conversas naquele dia, voltamos a Bertioga com algumas peças e com muitas minhocas na cabeça. Mas não rolou a compra desse SPEED.



Em 1999, organizamos aqui em uma prova de habilidade para Jipes chamada Jipepraia e assim como tínhamos o contato com o Pedro o convidamos para vir aqui trazer algumas coisas para colocar a venda pro pessoal daqui, mas qual não foi a surpresa em saber que o Diego estava fazendo dupla com um cara de Guarulhos que tinha um Jipe Niva e que viria participar da prova. Ali os laços foram se apertando ainda mais. O Niva ficou em segundo e a amizade começou a ficar em primeiro.
No final de 2000 eu meu pai e meu segundo irmão fomos a São Paulo curtir a ultima etapa do paulista, ao estacionarmos o carro lá no bolsão atrás dos Box, onde avistamos o Diego passando indo até a caminhonete C10 com Truck adesivado na lateral, chamamos ele e desejamos boa sorte, mas o Pedro que estava no Box mandou ele levar credenciais pra nós, ao entrar Pedro estava com dois carros um que havia vendido e outro que havia ajudado a desentocar pois o piloto era seu conhecido. E com um dos seus carros que ele levara pois havia circulado a informação que a FASP não cobraria inscrição da SPEED naquela prova (o que não era verdade) e assim Pedro não o colocou para correr pois ele queria mesmo era vender aquele carro. Eu, meu pai e meu irmão, concordamos que não iríamos nos envolver porque aquilo era uma cachaça e depois do primeiro gole é difícil de parar. Mas não deu o Pedro sem saber disso pediu pro meu pai ajudar a verificar a pressão dos pneus de um carro e ai CABUM!!!. Pra variar discussão com comissários, prova tumultuada e por fim nada de especial ocorreu, mas aquele dia gerou um convite do Pedro para irmos com ele participar das 3h de Londrina.



Combinado o dia e nos encontramos num posto da rodovia Presidente Castelo Branco,
a caminhonete D10 já estava lá esperando, não sei por que, mas acho que minha ficha caiu
estávamos voltando para o automobilismo. Já havia visto esse carro quando fomos olhar o
Fusca amarelo 80 na Truck, mas ali por ser a caminho de uma corrida ele estava mais bonito
que nunca. Assim reunimos ali quase toda a equipe. Pedro Garrafa e Diego Garrafa, pai e
filho pilotos, Zé mecânico da Truck, e nós Carlão Preparador, Nando Segundo Mecânico,
Chico Relações Publicas, Ettore Bellagamba olheiro técnico e por fim eu, aprendiz de Ross
Brawn (preferia ser Arent Neubauer, mas como o outro é mais conhecido...) eu com ajuda dos
outros fazia a cronometragem e controles de entrada e saída de Box.


Carlos com seus filhos e equipe começa a trabalhar no carro de Pedro.

Chegando ao Autódromo o Pedro foi bem recebido com gritos de “OS PAULISTAS CHEGARAM”, mas qual não foi a surpresa da pessoa quando da caminhonete desce o Chico
e o restante desceu do carro do Nando, os olhos se arregalaram, isso porque era um amigo
do Pedro mesmo, que falava a surpresa foi grande.



Bom como sexta é dia de treino, logo descemos o carro, providenciamos um
sanduíches pro almoço e fomos pra briga. Só que meu pai fez algumas perguntas aterrados
ao Pedro todas que foram respondidas com um grande não sei, eram elas:
Qual o comando tem nesse carro?
Qual o tamanho e a abertura das válvulas?
Quanto de taxa tem?
Ponto recomendado?
Pois é com tantos não sei meu pai “abriu sua caixa de mágico” e começou a operar
alguns truques acerta aqui acerta ali e a musica do motor começou a ficar mais harmonioso,
dado momento ao funcionar o motor para o ponto, meus dois irmão observavam quando o
Ettore perguntou se eles sabiam que o pai estava fazendo, ao responderem o óbvio tomaram
uma invertida, “ele não ta acertando o ponto, ta conversando com motor”. Era uma coisa que
meus irmão não viam acontecer a quase 30 anos. O som do carro chamou atenção das outras
equipes que começaram a desfilar em frente a nosso Box, o carro baixou 2s e rodou em 1:38
na pista. Nisso chegou o terceiro pilo Jefferlin Pupo, que havia sido campeão paranaense com
aquele mesmo carro e era amigo do Pedro a longa data.



Encerramos o dia e fomos nos instalar para “descansar”, pois por economia iríamos
dormir no camarote em cima de nosso Box, quando chegou o ultimo dos integrantes Jânio,
um japonês que fazia algum tempo que tava viajando com seu Toyota Bandeirante cheio
atrativos externos 130 buzinas e algumas bons equipamentos dentro dela. Fazia muito calor,
e era dia do RACHÃO no autódromo, o som dos carros e das pessoas não incomodava tanto,
mas sim duas mega caixas viradas pra onde dormíamos tocando aquilo que alguns insistem
em chamar de música o funk carioca, mas mesmo assim conseguimos dormir.
A manhã seguinte mais novidades, pneus Kunho eram obrigatórios e a corrida seria
dividia em duas baterias de 1:30h o que para nós era uma coisa que dificultaria muito, éramos
a única equipe com três pilotos, ou seja todo mundo pararia uma única vez no intervalo, e
nosso carro deveria fazer troca de pilotos. E o pneu usado não era o mesmo que conhecemos
hoje, mas sim o pior dos da marca, segundo os representantes da marca no local, ele não
tinha uma calibragem específica para o carro e nem mesmo um banda de rodagem. A
sensação passada por nosso trio era que o carro aquapalnava, mas tava um sol de rachar
crânios, então o carro ficou muito ruim, o tempo do 1:38 com os Pirelli, subiram para 1:45,
ajusta, ajusta classificamos com 1:42, mas numa volta que não validaram o carro girou 1:39
alto, largaríamos muito atrás.



Enquanto nos preparávamos para o jantar, meu pai distribuiu os uniformes, que eram
inspirados nos da Ferrari F1 dos anos 80 que era shorts pretos e camisas amarelas. E fomos
jantar uniformizados. Quando aconteceu o inesperado, chuva, janelas abertas e quase tudo
molhado era final do horário de verão e os relógios deveriam ser atrasados uma hora, coisa
que o Jânio e o Ettore por engano fizeram o contrário e adiantaram mais uma hora. Chegando
no autódromo eles logo arrumaram outro camarote e nós conseguimos o empréstimo de um
motor-home para dormirmos. Lá haviam cinco camas gaveta onde ficou eu, Nando, Chico
Diego e Pedro, e um colchão de casal onde ficava o carro, onde ficou meu pai. O Chico como
sempre zoou o coreto, o Pedro cada vez que ia rir dava cabeçada no alto da cama, o que
em certo ponto começou a gerar duvida se o capacete iria servir na cabeça do Pedro no dia
seguinte.



No domingo por volta das 7:00h o despertador do Jânio tocou, e ele achando que ainda dormíamos no outro camarote como antes. Bom nem estávamos no camarote nem era 7:00h e sim 5:00h ele fez um escarcéu pra nos acordar, mas quando abriu a porta viu que não estávamos lá e que demorava a sair o sol, caiu a ficha dele, que de vergonha do Ettore que ele também havia acordado, resolveu dormir em sua Toyota. Quando acordamos ao passar pela Toyota vimos ele dormindo lá dentro e resolvemos causar um terremoto no Jipe pulando nos estribos e parachoques, acho que o susto foi grande.




Passado por uma pequena parte cômica da história. Pedro faria a largada, Pupo terminaria a primeira metade e começaria a segunda metade e por fim o Diego fecharia a prova. Pista molhada, largando de trás Pedro arrancou com maestria, passou sete carros no acender da luz verde, mas no “S” ele deu um rodada, mas conseguimos manter a maior parte dos lugares. Com seis voltas Safty Car pois um dos Gol estava pegando fogo. Pedro completou suas voltas e parou para entrada de Pupo, que tocou bem até que no Curvão um terceiro carro entrou causando uma batida, que furou nosso pneu traseiro esquerdo.



Pupo passou por toda a frente do Box com o aquele pneu furado, e parou na saída do Box, saí correndo e berrando para ele vir pro pit, tomei um tombo fiz um rolamento e levantei, ele entendeu o recado e fez a volta. Ao chegar na parada ele fez menção de sair do carro, mas não deixei que ele fizesse isso, Chico e Nando pegaram nos paralamas para levantar um pouco a traseira para entrar o macaco, o nossos amigos do Box ao lado apareceram com uma parafusadeira pneumática e nos ajudou a tirar a roda, o Chico enquanto isso desamassava o paralamas com uma marreta, quando terminaram o serviço abaixaram o macaco e carro escorregou numa rampinha que tinha para poder tirar o macaco sem ter que fazer força.



Eu estava na frente do carro, e vi que ninguém mais mexia nele, e mandei o seguir. Pupo arrancou bem, mas ao passar por mim passou o carro, o macaco e meu pai, mandei ele parar, novamente Chico e Nando, suspenderam o carro e seguimos.







Na segunda metade da prova Pupo largou bem também, ganhou posições e entregou para Diego que era o mais rápido dos três assumiu o volante para fechar, nada foi muito simples pra gente o carro teve que fazer mais uma parada pra completar óleo, e seguir na tocada de jovem Garrafa. Faltando 2min. para o fim da corrida estávamos em terceiro, quando um novo acidente, bandeira vermelha e prova regredida em duas voltas, o que nos derrubou para o quarto lugar. Ao final de tudo esse quarto lugar valeu como se fosse uma vitória para nós. Mas o melhor de tudo é que nossa amizade dali por diante estava selada.


Pedro, Diego e Carlos ao lado Fabio.

Os Jaqueire.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Carlos Jaqueire

Carlos Jaqueire e Ciro Cayres.
Nada melhor que começar um pedaço da história deste apaixonado pelo automobilismo do que uma foto dele ao lado do grande Ciro. No texto e fotos abaixo enviados por seu filho Fábio um pouco desta grande paixão, a mesma que leva todos nós a procurar todos dias em livros, revistas, sites e blogs tudo que podemos ler e ver sobre ela. Obrigado Carlos por dividir sua história de vida com todos nós, um forte abraço a você ao Pedro  ao Fábio e a todos amigos que aqui são citados. Rui   

Carlos Jaqueire Junior, nasceu em 38 teve seu encontro com o automobilismo quando por volta de 48 assistiu uma prova demonstração com Carlo Pintacuda e Chico Landi o que ficou marcado na memória dele, e que provavelmente guiou seu passos no automobilismo. Logo cedo meu avo colocou ele pra trabalhar em uma oficina como forma de aprendizado e assim foi aprendendo o oficio que tanto ama.           
Em busca de se aproximar das corridas ele ia trabalhar na oficina do 
Raphael Gargiulo e lá aprendeu muita coisa. Em um dos 500km ele servia na Aeronáutica, quando falou com o seu Capitão que sua futura sogra havia falecido, o detalhe que o meu pai não contou foi que isso havia acontecido uns 5 anos antes. Mas isso o Capitão do meu pai descobriu isso pois o mesmo foi acompanhar  a prova, ele também gostava de corridas e corria com os populares mecânica nacional.
      Meu pai queria ser piloto de qualquer coisa que tivesse motor e rodas, andou de moto em Interlagos e na Argentina quase sempre levando as cores que seu amigo Pilé o fazia usar do Piratininga Moto Club, correu o Rally Getulio Vargas com a carreteira que fez no fundo do quintal. Para não ficar longe das corridas ficou em muitas como peixe do Barão Fittipaldi na locução ajudando com o que poderia. Convenceu o mesmo Capitão que o flagrou nos 500km a colocar a Polícia da Aeronáutica para fazer a segurança da primeira Mil Milhas. Na segunda trabalhou na equipe Fusca Porsche do Christian Heins.









            Mas nada como a década de 70, nessa época meu pai montou sua oficina no Bairro do Limão e lá fez muitos carros da Divisão 1 e Divisão 3, participou de provas como 500Km Itacolomy, Semana da Velocidade e as 25h de Interlagos na qual ganhou o troféu de melhor equipe. Teve como pilotos Sergio Luiz Rossi, piloto de D3, Fábio Sotto Mayor D3 e Waldemar Tierno D1 e D3, os cariocas Demétrio e Romauro D1. O Romauro também era conhecido como Carioquinha, chegou muito perto de ser campeão paulista de D1, mas a falta de dinheiro, um motor quebrado na ponte Rio Niterói vindo pra etapa em São Paulo, o impediram de se sagrar campeão.           
            Nessa época a pedido de seus amigos Gasolina, Chapinha a pedido do Dr. José Pangella, que era um médico apaixonado por corrida, e que nessa época mantinha uma oficina com padrões comparados aos da F1 na época, ajudou com o acerto do Passat que ia correr as Mil Milhas, com seu filho Zé Pangella Jr e Sergio Luiz Rossi, mas em uma infelicidade o carro capotou com o Zé ao volante, que conseguiu voltar aos Box e acertou-se o que dava e se não me engano conquistaram uma 6ª posição no final.

Amadeo Campos #68, Fábio Souto Mayor #2, o Opala provavelmente Reinaldo Campelo e o Maverik ?.

Ricardo Di Loreto #7.

25 Horas de Interlagos.

            Além disso, sempre ajudou seus amigos mais próximos, Diloreto na Fórmula V, Walter Peticove Stock, Avallone com os Fórmula Super V, o seu amigo de todas as horas Fukuda, o Eng. José Minelli entre tantos outros. 
Recentemente a parceria com Pedro Garrafa, que começou em meados de 2000, quando meu irmão estava pensando em comprar um SPEED 1600 do Pedro, para poder correr o paulista, a partir dali nossos laços familiares e de amizade fez com que em 2001 ao juntarmos força conseguir um bom 4º lugar nas 3h de Londrina. Porém algumas situações como a perca da minha mãe e as mudanças de rumo nos afastaram por alguns anos.

Ladeando o piloto Pedro e Carlos.



Pedro, Carlos e a equipe em Londrina. 


Em 4º Pedro Garrafa.

Agora em Bertioga nos preparamos para um novo ciclo, onde sem duvida alguma, muita história e muita coisa ainda vai acontecer. Este é um pequeno resumo sobre o Carlão da Jaqueire Competições, meu pai. Obrigado pelo espaço e até uma próxima. Fábio Jaqueire



Escolhi para o fim deste post algumas fotos com a família e amigos para mostrar a todos o sentimento que Carlos leva às pistas.