A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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sábado, 18 de fevereiro de 2012

IV Copa Festa da Uva 1961

Há 51 anos acontecia a IV COPA FESTA DA UVA em Caixas do Sul-RS


A prova vencida pelos exímios gaúchos, o piloto Ítalo Bertão representante de Passo Fundo e o co-piloto Passo-fundense, Daniel Winik com a carretera Chevrolet 1938, motor Corvette com caixa de 3 marchas + ré Corvette também, diferencial blocante de pick up Chevrolet, a famosa Caninana, N° 9 -montada em Passo Fundo por mecânicos da terra.
Conquistando o segundo lugar os curitibanos Germano Schlögl e Adir Moss.

Curiosidades:- Germano Schlögl, além de exímio piloto foi também grande preparador.
Foi passear com a carretera em um domingo à tarde, e após abasteceu-a e ao sair do posto foi abalroado por ônibus, morrendo tragicamente.

- a N° 9 ganhou também em 1961, as Mil Milhas Brasileiras de Interlagos com a dupla Orlando Menegaz e Ítalo Bertão

Publicado primeiramente no Jornal Zero Hora⁄Almanaque Gaúcho-Ricardo Chaves
17 de fevereiro de 2012
Colaboração: Nelson e Graziela M. da Rocha

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mais uma história do antigomobilismo paranaense




Há poucos dias, na vizinha São José dos Pinhais, ao reencontrarmos o ex-piloto de carreteira Adir Alcídio Moss ou, simplesmente Adir Moss, filho desta terra, o tempo não só parou, mas, deu marcha-a-ré, levando-nos de volta aos idos de 1950, ao cheiro de gasolina misturado à poeira, ao ronco dos motores Ford V8 envenenados para competição, aos gritos do público postado a poucos metros dos carros em alta velocidade.

E as páginas amareladas da história das carreteiras foram se abrindo como que por encanto...

Imaginem os leitores o que significava, na década de 50, um jovem de apenas 22 anos de idade, recém chegado da Itália, onde esteve na II Guerra como piloto da Força Aérea Brasileira, se dispor a ir aos Estados Unidos sózinho, sem falar a língua inglesa, a fim de comprar equipamentos Edelbrok para envenenar os motores Ford V8.

Foi isso que Adir fez, após frequentar a oficina mecânica do já piloto de carreteira Sãojoséense Germano Schlögl, que convidou-o a atuar como co-piloto numa prova da Festa da Uva, em Caxias do Sul/RS, a bordo de carreteira com motor Ford 8BA V8, conquistando o segundo lugar, atrás do gaúcho Catarino Andreatta.

Foi então que Germano queixou-se da falta de melhor equipamento para seu carro, a fim de competir em igualdade com os pilotos mais famosos do país e participar das Mil Milhas Brasileiras.

Mas como? Quem poderia ir aos Estados Unidos? Adir Moss tomou a iniciativa, muniu-se dos recursos, pegou um Constellation da Real e desembarcou em Los Angeles /EUA.

Jovem, angariou a simpatia das aeromoças da Real, que falavam inglês e com elas foi a uma loja especializada, na qual comprou cabeçotes de alumínio, molas especiais para válvulas, distribuidor especial, coletor de admissão para três carburadores e o mais necessário.

Na saída da loja, o vendedor lembrou que faltavam ainda as varetas para acionar o carburadores em conjunto. De posse do material, Germano, que era bom preparador, deixou o 8BA tinindo e convidou Adir para disputarem as Mil Milhas, em Interlagos/SP.

Obviamente, Adir topou, pois, significava a glória para qualquer piloto. "Numa largada tipo Le Mans (carro de um lado da pista e piloto do outro) - recorda Adir - arrancamos em oitavo lugar a meia-noite e lá pelas 8,00 horas, já com sol, Germano entregou-me o volante do carro que estava perfeito. Mas, a pista estava lisa e numa curva a carreteira derrapou indo com o radiador contra um barranco. Foi o fim da corrida para nós." E mais essa página da história de pilotos e carreteiras paranaenses foi virada, deixando lembranças...




Por Ari Moro



Publicado primeiramente no Jonal Paraná Online



09/06/2011 às 00:00:00 - Atualizado em 08/06/2011 às 22:20:06


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ex-pilotos de carreteira agitam na RMC

Se hoje o município de São José dos Pinhais/PR, na Região Metropolitana de Curitiba, beirando a cifra de quase 250.000 habitantes, atinge visível importância no contexto sócio-econômico paranaense, isto se deve ao célere crescimento do seu parque industrial, incrementado sobremaneira nos últimos anos pelo funcionamento ali da indústria automotiva.

Vai longe o tempo em que São José era um grande fabricante de barricas de madeira, destinadas ao acondicionamento de erva-mate, que eram transportadas a Curitiba por carroções.

Por falar em indústria automotiva, não pode ser esquecido que São José, sobretudo na década de 1950, foi voz bastante ativa no cenário do automobilismo de competição brasileiro, pois, além de frequentes e célebres corridas de carreteiras realizadas no circuito então existente no local, forneceu ao país pilotos de renome como Germano Schlögl, conhecido como “Alemãozinho” e que, segundo seus contemporâneos, sabia como ninguém dominar um carro em alta velocidade numa curva.

E isto não está esquecido, pois, o Museu Atilio Rocco, da Secretaria da Cultura da Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais, além de manter há anos exposição permanente de objetos e fatos ligados à história de Germano como mecânico e piloto de carreteira, acaba de realizar no calçadão da rua XV de Novembro, em frente ao estabelecimento, encontro de ex-pilotos de carros de corrida, de veículos antigos, de entusiastas do automobilismo, com painéis de fotos e jornais da época das carreteiras, música de época, projeção de filme, num evento que chamou a atenção de todo o público passante e que, por um dia, resgatou, reviveu a história perdida no tempo.

Como num passe de mágica, eis que repentinamente ali surgiram, ao vivo, pilotos famosos como Adir Moss, Waldemiro Lopes da Silva (“Galalau”), Altair Barranco, Agostinho Tozo, além de parentes e amigos de pilotos falecidos, todos confraternizando, recordando velhas histórias e se admirando.

Por um dia, todos felizes remoçaram. Esse é um dos efeitos positivos de uma promoção dessas, que acertadamente a municipalidade decidiu concretizar pelas mãos da Diretora do Museu Atilio Rocco – Zelinda Fialla. Ressaltemos que, nas suas carreteiras, os pilotos ajudaram a divulgar no país o nome do município. Isso é cultura!

Por Ari Moro

Publicado primeiramente no jornal Paraná On line
http://www.parana-online.com.br/canal/automoveis/news/533134/?noticia=EX+PILOTOS+DE+CARRETEIRA+AGITAM+NA+RMC
26/05/2011 às 00:00:00 - Atualizado em 26/05/2011 às 03:13:57

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Jorge Ribeiro

Ari Moro, gostaria de escrever algo sobre ele, mas escrever o que? Apenas que é um jornalista de automobilismo apaixonado pelo que faz, assistiu ao vivo as primeiras Mil Milhas Brasileiras no ano de 1956 e continua até hoje acompanhando e escrevendo. Ah! E me privilegiou permitindo que eu mostrasse seus ótimos textos escritos em seu jornal " CHEIRO DE CANO DE ESCAPE" bem como tantos outros escritos para o jornal ParanáOnline e que a Graziela vem nos mostrando.
Um forte abraço Ari.


Clique nos textos para expandir.





     

quarta-feira, 5 de maio de 2010

CHEIRO DE CANO DE ESCAPE - Germano Schlögl - II


Ontem ao receber um comentário na postagem original de um neto de Germano resolvi mostrar mais uma vez a bela carreira dele e o exelente texto de meu amigo Ari Moro. Do Ari tenho muitas matérias a mostrar ainda e deixo a ele meu forte abraço.


Por incrível que pareça um jornal feito com tanta dedicação e carinho não teve continuidade , ainda bem que o Ari me enviou alguns exemplares e assim posso mostrar a história das carreteiras contadas por este fantástico jornalista . Tenho como companheiras nesta serie de postagens Graziela Marques da Rocha e Elisa Asinelli do Nascimento .
Hoje Ari escreve sobre o piloto Germano Schlögl


" Germano Schlölgl . Catarinense de São Bento do Sul , nascido em 16 de Fevereiro de 1924 , que veio marcar - em São José dos Pinhais/PR , no Paraná e no Brasil - o seu nome com letras destacadas , traduzidas em vitórias , dedicação à profissão ( ele mesmo organizava seu álbum de recordações ) , preparo de motores , velocidade , poeira , gasolina e barulho , no desenvolvimento do automobilismo de competição nacional . Piloto de carreteira por demais popular , ídolo dos amantes da velocidade de sua cidade , foi surpreendido por um gesto de solidariedade por parte de seus fans , quando participava de sua última corrida - Grande Prêmio Cidade de São José dos Pinhais - em Junho de 1961 : Germano pilotava o carro de nº 19 o qual , em determinado momento da prova teve um pneu furado . Os torcedores , na ânsia de ajudar seu ídolo , saíram correndo , ergueram o carro com as próprias mãos e ficaram sustentando no ar , até que Germano completasse a troca da roda e pudesse voltar à corrida ( há fotografia publicada em jornal da época documentando o fato ) . Graças a esse gesto de seus admiradores , Germano não só completou , mas venceu a competição . Isto aconteceu na Vila Palmira , onde hoje uma rua , cuja poeira foi levantada pelas rodas da carreteira 19 em suas derrapadas , leva o nome do piloto .
Como tantos outros pilotos de carreteira , de destaque , Germano teve uma curta vida profissional , competindo ao longo de apenas 6 anos e falecendo tragicamente aos 37 anos , por demais jovem . Mas , nesse curto espaço de tempo ele fez muito . Foi , entre outras coisas , um dos primeiros pilotos paranaenses a participar da corrida de carros mais famosa do Brasil , a Mil Milhas Brasileiras , na pista de Interlagos em São Paulo/SP . Sim ele esteve presente a I Mil Milhas e , obteve um destacado quarto lugar .

Rose Schlögl - filha de Germano - lembra com saudade de seu pai e diz :" Naquela época , o automobilismo de competição era diferente . Na oficina de meu pai , em São José dos Pinhais , parecia que havia uma festa quando ele estava preparando o carro para correr . Todo mundo ia lá querendo saber o que ele estava fazendo . Minha mãe , tinha que preparar comida para toda aquela gente . Era uma grande demonstração de companheirismo ."


Germano se interessou pelo automobilismo de competição tão logo começou a trabalhar como funileiro e mecânico . numa oficina de São José dos Pinhais , vindo de São Bento do Sul . Logo preparou , em 1954 , um Ford 1946 , de 4 portas e cor preta , ao qual deu o numero de sua afeição - 42 - com o qual participou de corrida no Circuito de Tarumã - onde hoje está o Colégio Militar , em Curitiba , no dia 27 de Junho , obtendo o quarto lugar e , seu primeiro trofeu , uma medalha de bronze . Um "gentleman " , sabem como ele compareceu trajado a essa primeira corrida ? De terno e gravata , fato documentado fotograficamente ! Já em 8 de Agosto daquele mesmo ano Germano em sua segunda participação em corridas , com o mesmo carro , vencia prova no mesmo circuito , recebendo o troféu " Anfrísio F. Siqueira " , numa demonstração de que ele estava se aprimorando no preparo e na condução do veículo de competição .

Mas , foi na antiga estrada Curitiba/Ponta Grossa/PR , nas famosas e inesqueciveis corridas ali promovidas pelo jornal Paraná Esportivo , da capital paranaense ( sim , acreditem , hove tempo - que saudade - em que órgãos de comunicação se interessavam pelo automobilismo de competição local ) contribuindo para o surgimento e glória de muitos pilotos , que Germano se destacou . Na sua terceira participação em corridas , no dia 29 de Maio de 1955 , agora pilotando um Ford cupê 1949 com o nº 42 , totalmente original enfrentou as " feras " da época e obteve o primeiro lugar na categoria Turismo . Era total de 280 KM , ida e volta a Ponta Grossa , passando por Campo Comprido , Campo Largo , serra de São Luiz de Purunã , Palmeira e outras localidades .Em 11 de Setembro de 1955 em sua quarta prova , Germano participou com o Ford 1949 , do Circuito Passeio Público , em Curitiba , conquistando o primeiro lugar na categoria Turismo . No Circuito São José dos Pinhais , em 18 de Dezembro daquele mesmo ano , em sua quinta corrida , ainda com o mesmo carro , sem nenhum preparo , obteve novamente o primeiro lugar naquela categoria , recebendo taça , medalha de volta mais rápida e medalha de honra , esta ofertada pelo Bar Florida . Pasmem , até bar , naquela época , oferecia troféu aos pilotos !! A corrida tinha largada na área central de São José dos Pinhais e ia em direção de Curitiba pela rua Marechal Floriano Peixoto , quando esta não tinha pavimentação asfaltica . Ainda neste ano o jornal Paraná Esportivo destacava o nome de Germano Schlögl como um dos "Maiores do Automomobilismo " paranaense pela conquista de quatro " triunfos magníficos ".

As pedras , os buracos e a poeira da estrada Curitiba/Ponta Grossa viram Germano conquistar , no dia 15 de Setembro de 1956 , o titulo de Bi-Campeão na categoria Turismo , na terceira prova promovida pelo Paraná Esportivo , competindo com seu Ford cupê 1949 , com o nº 42 .Nesta estrada , com mais de " trocentas " curvas , o piloto conseguiu manter a média de 105 km/h ( vejam bem , tratava-se de carro original , categoria Turismo )

Glória nas Mil Milhas

No entanto , a maior glória na vida de piloto de Germano estava reservada para acontecer na mais importante competição automobilistica da América do Sul - a Mil Milhas Brasileiras , organizada por Wilson Fittipaldi ( pai de Emerson e Wilsinho ) , da Rádio Panamericana e Eloi Gogliano , presidente do Centauro Moto Clube , de São Paulo - justamente na primeira edição da prova , nos dias 24/25 de Novembro de 1956 , na pista de Interlagos/SP . Imaginem a emoção dele , saindo de São José dos Pinhais para participar em parceria co Euclides Bastos , o popular piloto Curutibano conhecido pelo apelido de " Perereca " , cuja vida profissional pretendemos relatar brevemente , , de uma competição dessas , lado a lado com os maiores "cobras" do automobilismo Brasileiro , oriundos principalmente do Rio Grande do Sul e de São Paulo . Era demais , certamente , ainda mais que seria a primeira competição desse nivel no país .
Pois bem , Germano e Perereca mostraram que , se os Gaúchos tinham chimarrão na cuia e , os Paulistas café no bule , o Paraná tinha agua fervendo para esquentar os dois . Competiram eles com a carreteira Ford nº 86 , pertencente a Perereca , enfrentando 36 carros entre os mais bem preparados do país e , classificaram-se em quarto lugar , de acordo com o resultado oficial , o qual foi contestado , pois , reivindicou-se o segundo lugar para a dupla Paranaense . A corrida começou às 20,30 horas do dia 24 e só terminou quando o primeiro carro completou 201 voltas pelo circuito de Interlagos o qual na época tinha cerca de 8 kilometros . Isto significa que a competição só terminava após às 12,00 horas do dia seguinte , obrigando carros e pilotos a sofrer um tremendo desgaste .
De qualquer maneira , mesmo com a classificação de quarto lugar , o fato foi considerado uma conquista importantíssima para o automobilismo Paranaense , mostrando que aqui também tinha gente do ramo , que sabia preparar e dirigir bem uma carreteira . E tinha mesmo . Para se ter uma idéia do tamanho da façanha , basta dizer que , quem venceu essa primeira Mil Milhas foi a dupla mais infernal da história das corridas de carreteira , ou seja , os Gauchos Catarino Andreata e Breno Fornari , com uma carreteira Ford número 2 , perfazendo 201 voltas em 16 hras 16 minutos e 2 segundos . Em segundo lugar a dupla Paulista Eugênio Martins Christian Heins com o Volkswagem número 18 - é aquele fuquinho de duas janelas atrás sim e , achamos que era um 1.200 cc - com 197 voltas ; em terceiro Aristides Bertuol e Waldir Rebeschini , do Rio Grande do Sul , com a carreteira Chevrolet número 4 , com 192 voltas . Observem que , o número de voltas de Germano/Perereca foi igual ao de Bertuol/Rebeschini e apenas a 9 voltas do ponteiro . Bonito!!!
A repercussão dessa conquista foi tamanha que , no seu regresso a Curitiba - naquela época as Mil Milhas era transmitida pelo rádio , acreditem - Germano e Perereca foram recebidos pela população em festa , foram notícia em jornais deram entrevistas em rádios , saíram com a carreteira em passeata pelas ruas centrais da capital , levando gente nela pendurada e segurando bandeiras do Paraná e do Brasil , alem de " corbelles " ( como eram bacanas naquele tempos ) , seguidos por uma caravana de carros , fans , foguetório e tudo mais a que tinham direito . A carreata seguiu pela Av. Cândido de Abreu até o Palacio Iguaçu , onde sabem quem aguardava os pilotos heróis ? Nada menos que o Governador do Estado , Moisés Lupion ! Germano e Perereca foram recebidos pelo Governador e assessores , em pleno saguão do Palácio . Era a glória máxima para os dois pilotos , que posaram para fotografia , segurando os troféus ganhos nas Mil Milhas , ao lado do Chefe do Executivo estadual . Podem crer , naquele tempo até o Governador do Estado prestigiava o automobilismo . Germano foi ainda mais homenageado quando chegou a São José dos Pinhais , sendo levado em sua carreteira a escolas - sempre presente as bandeiras do Brasil e do Paraná - onde foi alvo do carinho de toda população . Germano foi eleito pelo jornal Paraná Esportivo , ainda neste ano de 1956 , o Melhor Automobilista do Paraná .
Provavelmente motivado por aquele extraordinário feito , no ano seguinte , em 1957 , participando pela oitava vez de uma competição , Germano estava novamente presente em Saõ Paulo , agora na II Mil Milhas Brasileiras disputada nos dias 23/24 de Novembro , na pista de Interlagos , colocando sua carreteira ao lado de 43 carros . Desta vez no entanto , primeiro teve quebrado o cubo de uma roda dianteira e , depois rachado o tanque de combustivel de seu carro , mas , mesmo assim conseguiu o decimo primeiro lugar na classificação geral . A prova foi vencida pela dupla Aristides Bertuol/Orlando Menegaz , de Bento Gonçalves/RS , com a carreteira Chevrolet número 4 perfazendo 200 voltas . Em segundo ficaram Catarino Andreata/Diogo Luiz Ellwanger , de Porto Alegre/RS , com a carreteira Ford número 2 , perfazendo 199 voltas , em terceiro Julio Andreata( irmão de Catarino )/Dirceu de Oliveira , de Porto Alegre/RS , com a carreteira Ford número 6 , perfazendo 197 voltas .Nos dias 22/23 de Novembro de 1958 ( em sua nova participação em corridas ) , lá estava Germano de novo para disputar a III Mil Milhas Brasileiras , com a carreteira Ford número 52 , em parceria com João Buso , irmão de outro piloto de carreteira Curitibano Paulo Buso . Desta feita , a dupla Curitibana classificou-se em décimo lugar , perfazendo 165 voltas . A prova foi vencida novamente por Catarino Andreata/Breno Fornari com a carreteira Ford número 2 , do Rio Grande do Sul ,perfazendo 201 voltas em 15 horas , 39 minutos e 27 segundos . Em segundo lugar aparecia um dos mais famosos pilotos Brasileiros de todos os tempos , o qual participou de muitas provas em Curitiba , Francisci Landi em parceria com José Gimenez Lopes , de São Paulo , com a carreteira Chevrolet número 82 , virando 193 voltas ,em terceiro Antonio Versa/Francisco Guzzardi , de São Paulo , com a carreteira Chevrolet número 78 , com 187 voltas . Outra dupla paranaense que destacou-se nessa prova foi formada pelos irmãos José e Osvaldo Cury , de Curitiba , que ficou em sexto com a carreteira Cadillac número 64 , perfazendo 180 voltas , num excelente resultado .
A quinta Mil Milhas Brasileiras , disputada nos dias 26/27 de Novembro de 1960 , contou com a participação de 44 carros e , entre eles imaginem quem estava ? Germano Schlögl , com sua carreteira Ford número 52 , desta feita em parceria com o piloto Eugênio Souza . Esta foi sua ultima Mil Milhas . Na linha de largada nomes como Catarino Andreata/Breno Fornari , com a famosa carreteira Ford número 2 , com a qual haviam ganho tambem a IV Mil Milhas , Pedro A. Oliver/Rosalvo M. Francisco , com Volkswagen , Mario Cesar de Camargo Filho/Ciro Caires com DKW ,Eugênio Martins/Bird Clemente com DKW , Francisco Landi/Christian Heins com Alfa Romeo JK , Emilio Zambelo/Ruggero Peruzzo com Fiat , Julio Andreata/Haroldo Vaz Lobo ( de Curitiba ) com carreteira Ford , Camilo Christofaro ( pela primeira vez aparecia nas Mil Milhas o nome do segundo mais famoso piloto de carreteiras do Brasil , que fez " misérias " com sua carreteira de número 18 com motor de Chevrolet Corvette ) em parceria com Celso Lara Barberis , Euclides Bastos ( o nosso Perereca )/José Armando Grocoski com carreteira Ford . O prêmio para o primeiro lugar era Cr $ 500.000,00 .
Antes mesmo desta V Mil Milhas , ou seja , no dia 30 de Setembro de 1959 Germano participou de sua décima prova , numa corrida na cidade Cruzeiro do Oeste/PR . Na oportunidade , pilotando aquele seu Ford 1949 cupê , fez o primeiro lugar . Outra vez , nesse ano , a imprensa paranaense considerou-o o melhor piloto do automobilismo . Na verdade , ele sempre disputou provas no Paraná , São Paulo , Santa Catarina e Rio Grande do Sul . Numa corrida em Caxias do Sul/RS , por ocasião da Festa da Uva , Germano chegou a cidade em cima da hora e não teve tempo de conhecer o trajeto do circuito . Pouco antes do final , quando liderava a prova , errou o caminho e , para reencontra-lo , deixou o carro que vinha em segundo lugar ultrapasse o seu , a fim de segui-lo e ultrapassa-lo em seguida . Mas , graças a isso , perdeu a corrida por questão de segundos . Na lataria de seu Ford ele escrevia o nome de todas as cidades por onde passava com o carro . Assim era Germano .



A ÚLTIMA CORRIDA



Quando venceu a prova "Grande Prêmio Cidade de São José dos Pinhais", disputada em Junho de 1961, pilotando a carreteira número 19 na categoria Força Livre, Germano jamais saberia que, infelizmente, essa seria a derradeira corrida para ele. Quis novamente o destino que,nessa prova, disputada num circuito da Vila Palmira, naquela cidade, Germano e seus fans fossem protagonistas de um fato inédito, quando estes ergueram seu carro, ajudando-o a trocar um pneu furado.
Mas pior, o trágico, estava ainda por vir. Logo após aquela conquista, ou seja, no dia 2 de julho de 1961, num domingo, Germano saiu de sua casa, em São José dos Pinhais, para dar um passeio em Curitiba, em companhia de sua esposa senhora Elvira e seus filhos Rose, Wanilda, Wilmair e Marcos. Todos a bordo da carreteira 52, trafegando pela rua Marechal Floriano Peixoto (naquele tempo, os pilotos trafegavam normalmente com seus carros de corrrida pelas ruas). Na altura do bairro curitibano conhecido então por Inflamáveis, devido ali estarem localizados os depósitos de combustiveis de companhias distribuidoras ( onde hoje estão as concessionárias de veiculos Olsen e outras), o carro de Germano foi violentamente abalroado por um ônibus da empresa Reunidas que fazia a linha de transporte coletivo entre a capital e a cidade de Rio Negro. O impacto destruiu a carreteira e fez com que Wanilda, então com 11 anos de idade, tivesse morte instantânea, enquanto que Germano saiu gravemente ferido. O piloto e os demais feridos foram transportados a hospital de Curitiba e, tão logo a noticia do acidente foi captada, via radio, pela população de São José dos Pinhais, amigos seus prontamente compareceram ao estabelecimento para lhe dor sangue. Apesar de todos os esforços, Germano, que resistiu por 14 horas ainda, veio a falecer. As cortinas do tempo fechavam-se para sempre para o (GRANDE ÁZ DO VOLANTE), como era denominado pela imprensa, trazendo consternação e ludo para seus fãns, admiradores e todo o povo de São José. Desaparecia mais um espoente do automobilismo de competição nacional, aos 37 anos de idade.
Germano Schlögi se foi, mas, sua grande obra no sentido do desenvolvimento do automobilismo de competição no País ficou. Num gesto de carinho ficou, reconhecimento e valorização da história, e graças a visão esclarecida e a iniciativa da jornalista e ex Secretária da Cultura Municipal Eulália Maria Radke, a memória de Germano esta preservada no Museu Municipal Atilio Rocco daquela cidade. Ali por decreto do então prefeito municipal foi criada a Sala Germano Schlögl, onde pode ser vista toda a indumentária que usou na sua última grande corrida - macacão, luvas, capacete, etc. - a V Mil Milhas Brasileiras, além de fotografias suas e de seus carros, troféus, escritos de próprio punho, documentos. Germano viverá para sempre na nossa lembrança!" Ari Moro



Fonte : " CHEIRO DE CANO DE ESCAPE " edição 04 Maio de 2002 .




sábado, 1 de agosto de 2009

CHEIRO DE CANO DE ESCAPE - Germano Schlögl

Por incrível que pareça um jornal feito com tanta dedicação e carinho não teve continuidade , ainda bem que o Ari me enviou alguns exemplares e assim posso mostrar a história das carreteiras contadas por este fantástico jornalista . Tenho como companheiras nesta serie de postagens Graziela Marques da Rocha e Elisa Asinelli do Nascimento .
Hoje Ari escreve sobre o piloto Germano Schlögl .











" Germano Schlölgl . Catarinense de São Bento do Sul , nascido em 16 de Fevereiro de 1924 , que veio marcar - em São José dos Pinhais/PR , no Paraná e no Brasil - o seu nome com letras destacadas , traduzidas em vitórias , dedicação à profissão ( ele mesmo organizava seu álbum de recordações ) , preparo de motores , velocidade , poeira , gasolina e barulho , no desenvolvimento do automobilismo de competição nacional . Piloto de carreteira por demais popular , ídolo dos amantes da velocidade de sua cidade , foi surpreendido por um gesto de solidariedade por parte de seus fans , quando participava de sua última corrida - Grande Prêmio Cidade de São José dos Pinhais - em Junho de 1961 : Germano pilotava o carro de nº 19 o qual , em determinado momento da prova teve um pneu furado . Os torcedores , na ânsia de ajudar seu ídolo , saíram correndo , ergueram o carro com as próprias mãos e ficaram sustentando no ar , até que Germano completasse a troca da roda e pudesse voltar à corrida ( há fotografia publicada em jornal da época documentando o fato ) . Graças a esse gesto de seus admiradores , Germano não só completou , mas venceu a competição . Isto aconteceu na Vila Palmira , onde hoje uma rua , cuja poeira foi levantada pelas rodas da carreteira 19 em suas derrapadas , leva o nome do piloto .
Como tantos outros pilotos de carreteira , de destaque , Germano teve uma curta vida profissional , competindo ao longo de apenas 6 anos e falecendo tragicamente aos 37 anos , por demais jovem . Mas , nesse curto espaço de tempo ele fez muito . Foi , entre outras coisas , um dos primeiros pilotos paranaenses a participar da corrida de carros mais famosa do Brasil , a Mil Milhas Brasileiras , na pista de Interlagos em São Paulo/SP . Sim ele esteve presente a I Mil Milhas e , obteve um destacado quarto lugar .








Rose Schlögl - filha de Germano - lembra com saudade de seu pai e diz :" Naquela época , o automobilismo de competição era diferente . Na oficina de meu pai , em São José dos Pinhais , parecia que havia uma festa quando ele estava preparando o carro para correr . Todo mundo ia lá querendo saber o que ele estava fazendo . Minha mãe , tinha que preparar comida para toda aquela gente . Era uma grande demonstração de companheirismo ."


Germano se interessou pelo automobilismo de competição tão logo começou a trabalhar como funileiro e mecânico . numa oficina de São José dos Pinhais , vindo de São Bento do Sul . Logo preparou , em 1954 , um Ford 1946 , de 4 portas e cor preta , ao qual deu o numero de sua afeição - 42 - com o qual participou de corrida no Circuito de Tarumã - onde hoje está o Colégio Militar , em Curitiba , no dia 27 de Junho , obtendo o quarto lugar e , seu primeiro trofeu , uma medalha de bronze . Um "gentleman " , sabem como ele compareceu trajado a essa primeira corrida ? De terno e gravata , fato documentado fotograficamente ! Já em 8 de Agosto daquele mesmo ano Germano em sua segunda participação em corridas , com o mesmo carro , vencia prova no mesmo circuito , recebendo o troféu " Anfrísio F. Siqueira " , numa demonstração de que ele estava se aprimorando no preparo e na condução do veículo de competição .
Mas , foi na antiga estrada Curitiba/Ponta Grossa/PR , nas famosas e inesqueciveis corridas ali promovidas pelo jornal Paraná Esportivo , da capital paranaense ( sim , acreditem , hove tempo - que saudade - em que órgãos de comunicação se interessavam pelo automobilismo de competição local ) contribuindo para o surgimento e glória de muitos pilotos , que Germano se destacou . Na sua terceira participação em corridas , no dia 29 de Maio de 1955 , agora pilotando um Ford cupê 1949 com o nº 42 , totalmente original enfrentou as " feras " da época e obteve o primeiro lugar na categoria Turismo . Era total de 280 KM , ida e volta a Ponta Grossa , passando por Campo Comprido , Campo Largo , serra de São Luiz de Purunã , Palmeira e outras localidades .Em 11 de Setembro de 1955 em sua quarta prova , Germano participou com o Ford 1949 , do Circuito Passeio Público , em Curitiba , conquistando o primeiro lugar na categoria Turismo . No Circuito São José dos Pinhais , em 18 de Dezembro daquele mesmo ano , em sua quinta corrida , ainda com o mesmo carro , sem nenhum preparo , obteve novamente o primeiro lugar naquela categoria , recebendo taça , medalha de volta mais rápida e medalha de honra , esta ofertada pelo Bar Florida . Pasmem , até bar , naquela época , oferecia troféu aos pilotos !! A corrida tinha largada na área central de São José dos Pinhais e ia em direção de Curitiba pela rua Marechal Floriano Peixoto , quando esta não tinha pavimentação asfaltica . Ainda neste ano o jornal Paraná Esportivo destacava o nome de Germano Schlögl como um dos "Maiores do Automomobilismo " paranaense pela conquista de quatro " triunfos magníficos ".

As pedras , os buracos e a poeira da estrada Curitiba/Ponta Grossa viram Germano conquistar , no dia 15 de Setembro de 1956 , o titulo de Bi-Campeão na categoria Turismo , na terceira prova promovida pelo Paraná Esportivo , competindo com seu Ford cupê 1949 , com o nº 42 .Nesta estrada , com mais de " trocentas " curvas , o piloto conseguiu manter a média de 105 km/h ( vejam bem , tratava-se de carro original , categoria Turismo )





Glória nas Mil Milhas

No entanto , a maior glória na vida de piloto de Germano estava reservada para acontecer na mais importante competição automobilistica da América do Sul - a Mil Milhas Brasileiras , organizada por Wilson Fittipaldi ( pai de Emerson e Wilsinho ) , da Rádio Panamericana e Eloi Gogliano , presidente do Centauro Moto Clube , de São Paulo - justamente na primeira edição da prova , nos dias 24/25 de Novembro de 1956 , na pista de Interlagos/SP . Imaginem a emoção dele , saindo de São José dos Pinhais para participar em parceria co Euclides Bastos , o popular piloto Curutibano conhecido pelo apelido de " Perereca " , cuja vida profissional pretendemos relatar brevemente , , de uma competição dessas , lado a lado com os maiores "cobras" do automobilismo Brasileiro , oriundos principalmente do Rio Grande do Sul e de São Paulo . Era demais , certamente , ainda mais que seria a primeira competição desse nivel no país .

Pois bem , Germano e Perereca mostraram que , se os Gaúchos tinham chimarrão na cuia e , os Paulistas café no bule , o Paraná tinha agua fervendo para esquentar os dois . Competiram eles com a carreteira Ford nº 86 , pertencente a Perereca , enfrentando 36 carros entre os mais bem preparados do país e , classificaram-se em quarto lugar , de acordo com o resultado oficial , o qual foi contestado , pois , reivindicou-se o segundo lugar para a dupla Paranaense . A corrida começou às 20,30 horas do dia 24 e só terminou quando o primeiro carro completou 201 voltas pelo circuito de Interlagos o qual na época tinha cerca de 8 kilometros . Isto significa que a competição só terminava após às 12,00 horas do dia seguinte , obrigando carros e pilotos a sofrer um tremendo desgaste .

De qualquer maneira , mesmo com a classificação de quarto lugar , o fato foi considerado uma conquista importantíssima para o automobilismo Paranaense , mostrando que aqui também tinha gente do ramo , que sabia preparar e dirigir bem uma carreteira . E tinha mesmo . Para se ter uma idéia do tamanho da façanha , basta dizer que , quem venceu essa primeira Mil Milhas foi a dupla mais infernal da história das corridas de carreteira , ou seja , os Gauchos Catarino Andreata e Breno Fornari , com uma carreteira Ford número 2 , perfazendo 201 voltas em 16 hras 16 minutos e 2 segundos . Em segundo lugar a dupla Paulista Eugênio Martins Christian Heins com o Volkswagem número 18 - é aquele fuquinho de duas janelas atrás sim e , achamos que era um 1.200 cc - com 197 voltas ; em terceiro Aristides Bertuol e Waldir Rebeschini , do Rio Grande do Sul , com a carreteira Chevrolet número 4 , com 192 voltas . Observem que , o número de voltas de Germano/Perereca foi igual ao de Bertuol/Rebeschini e apenas a 9 voltas do ponteiro . Bonito!!!

A repercussão dessa conquista foi tamanha que , no seu regresso a Curitiba - naquela época as Mil Milhas era transmitida pelo rádio , acreditem - Germano e Perereca foram recebidos pela população em festa , foram notícia em jornais deram entrevistas em rádios , saíram com a carreteira em passeata pelas ruas centrais da capital , levando gente nela pendurada e segurando bandeiras do Paraná e do Brasil , alem de " corbelles " ( como eram bacanas naquele tempos ) , seguidos por uma caravana de carros , fans , foguetório e tudo mais a que tinham direito . A carreata seguiu pela Av. Cândido de Abreu até o Palacio Iguaçu , onde sabem quem aguardava os pilotos heróis ? Nada menos que o Governador do Estado , Moisés Lupion ! Germano e Perereca foram recebidos pelo Governador e assessores , em pleno saguão do Palácio . Era a glória máxima para os dois pilotos , que posaram para fotografia , segurando os troféus ganhos nas Mil Milhas , ao lado do Chefe do Executivo estadual . Podem crer , naquele tempo até o Governador do Estado prestigiava o automobilismo . Germano foi ainda mais homenageado quando chegou a São José dos Pinhais , sendo levado em sua carreteira a escolas - sempre presente as bandeiras do Brasil e do Paraná - onde foi alvo do carinho de toda população . Germano foi eleito pelo jornal Paraná Esportivo , ainda neste ano de 1956 , o Melhor Automobilista do Paraná .

Provavelmente motivado por aquele extraordinário feito , no ano seguinte , em 1957 , participando pela oitava vez de uma competição , Germano estava novamente presente em Saõ Paulo , agora na II Mil Milhas Brasileiras disputada nos dias 23/24 de Novembro , na pista de Interlagos , colocando sua carreteira ao lado de 43 carros . Desta vez no entanto , primeiro teve quebrado o cubo de uma roda dianteira e , depois rachado o tanque de combustivel de seu carro , mas , mesmo assim conseguiu o decimo primeiro lugar na classificação geral . A prova foi vencida pela dupla Aristides Bertuol/Orlando Menegaz , de Bento Gonçalves/RS , com a carreteira Chevrolet número 4 perfazendo 200 voltas . Em segundo ficaram Catarino Andreata/Diogo Luiz Ellwanger , de Porto Alegre/RS , com a carreteira Ford número 2 , perfazendo 199 voltas , em terceiro Julio Andreata( irmão de Catarino )/Dirceu de Oliveira , de Porto Alegre/RS , com a carreteira Ford número 6 , perfazendo 197 voltas .Nos dias 22/23 de Novembro de 1958 ( em sua nova participação em corridas ) , lá estava Germano de novo para disputar a III Mil Milhas Brasileiras , com a carreteira Ford número 52 , em parceria com João Buso , irmão de outro piloto de carreteira Curitibano Paulo Buso . Desta feita , a dupla Curitibana classificou-se em décimo lugar , perfazendo 165 voltas . A prova foi vencida novamente por Catarino Andreata/Breno Fornari com a carreteira Ford número 2 , do Rio Grande do Sul ,perfazendo 201 voltas em 15 horas , 39 minutos e 27 segundos . Em segundo lugar aparecia um dos mais famosos pilotos Brasileiros de todos os tempos , o qual participou de muitas provas em Curitiba , Francisci Landi em parceria com José Gimenez Lopes , de São Paulo , com a carreteira Chevrolet número 82 , virando 193 voltas ,em terceiro Antonio Versa/Francisco Guzzardi , de São Paulo , com a carreteira Chevrolet número 78 , com 187 voltas . Outra dupla paranaense que destacou-se nessa prova foi formada pelos irmãos José e Osvaldo Cury , de Curitiba , que ficou em sexto com a carreteira Cadillac número 64 , perfazendo 180 voltas , num excelente resultado .

A quinta Mil Milhas Brasileiras , disputada nos dias 26/27 de Novembro de 1960 , contou com a participação de 44 carros e , entre eles imaginem quem estava ? Germano Schlögl , com sua carreteira Ford número 52 , desta feita em parceria com o piloto Eugênio Souza . Esta foi sua ultima Mil Milhas . Na linha de largada nomes como Catarino Andreata/Breno Fornari , com a famosa carreteira Ford número 2 , com a qual haviam ganho tambem a IV Mil Milhas , Pedro A. Oliver/Rosalvo M. Francisco , com Volkswagen , Mario Cesar de Camargo Filho/Ciro Caires com DKW ,Eugênio Martins/Bird Clemente com DKW , Francisco Landi/Christian Heins com Alfa Romeo JK , Emilio Zambelo/Ruggero Peruzzo com Fiat , Julio Andreata/Haroldo Vaz Lobo ( de Curitiba ) com carreteira Ford , Camilo Christofaro ( pela primeira vez aparecia nas Mil Milhas o nome do segundo mais famoso piloto de carreteiras do Brasil , que fez " misérias " com sua carreteira de número 18 com motor de Chevrolet Corvette ) em parceria com Celso Lara Barberis , Euclides Bastos ( o nosso Perereca )/José Armando Grocoski com carreteira Ford . O prêmio para o primeiro lugar era Cr $ 500.000,00 .
Antes mesmo desta V Mil Milhas , ou seja , no dia 30 de Setembro de 1959 Germano participou de sua décima prova , numa corrida na cidade Cruzeiro do Oeste/PR . Na oportunidade , pilotando aquele seu Ford 1949 cupê , fez o primeiro lugar . Outra vez , nesse ano , a imprensa paranaense considerou-o o melhor piloto do automobilismo . Na verdade , ele sempre disputou provas no Paraná , São Paulo , Santa Catarina e Rio Grande do Sul . Numa corrida em Caxias do Sul/RS , por ocasião da Festa da Uva , Germano chegou a cidade em cima da hora e não teve tempo de conhecer o trajeto do circuito . Pouco antes do final , quando liderava a prova , errou o caminho e , para reencontra-lo , deixou o carro que vinha em segundo lugar ultrapasse o seu , a fim de segui-lo e ultrapassa-lo em seguida . Mas , graças a isso , perdeu a corrida por questão de segundos . Na lataria de seu Ford ele escrevia o nome de todas as cidades por onde passava com o carro . Assim era Germano .
A ÚLTIMA CORRIDA

Quando venceu a prova "Grande Prêmio Cidade de São José dos Pinhais", disputada em Junho de 1961, pilotando a carreteira número 19 na categoria Força Livre, Germano jamais saberia que, infelizmente, essa seria a derradeira corrida para ele. Quis novamente o destino que,
nessa prova, disputada num circuito da Vila Palmira, naquela cidade, Germano e seus fans fossem protagonistas de um fato inédito, quando estes ergueram seu carro, ajudando-o a trocar um pneu furado.
Mas pior, o trágico, estava ainda por vir. Logo após aquela conquista, ou seja, no dia 2 de julho de 1961, num domingo, Germano saiu de sua casa, em São José dos Pinhais, para dar um passeio em Curitiba, em companhia de sua esposa senhora Elvira e seus filhos Rose, Wanilda, Wilmair e Marcos. Todos a bordo da carreteira 52, trafegando pela rua Marechal Floriano Peixoto (naquele tempo, os pilotos trafegavam normalmente com seus carros de corrrida pelas ruas). Na altura do bairro curitibano conhecido então por Inflamáveis, devido ali estarem localizados os depósitos de combustiveis de companhias distribuidoras ( onde hoje estão as concessionárias de veiculos Olsen e outras), o carro de Germano foi violentamente abalroado por um ônibus da empresa Reunidas que fazia a linha de transporte coletivo entre a capital e a cidade de Rio Negro. O impacto destruiu a carreteira e fez com que Wanilda, então com 11 anos de idade, tivesse morte instantânea, enquanto que Germano saiu gravemente ferido. O piloto e os demais feridos foram transportados a hospital de Curitiba e, tão logo a noticia do acidente foi captada, via radio, pela população de São José dos Pinhais, amigos seus prontamente compareceram ao estabelecimento para lhe dor sangue. Apesar de todos os esforços, Germano, que resistiu por 14 horas ainda, veio a falecer. As cortinas do tempo fechavam-se para sempre para o (GRANDE ÁZ DO VOLANTE), como era denominado pela imprensa, trazendo consternação e ludo para seus fãns, admiradores e todo o povo de São José. Desaparecia mais um espoente do automobilismo de competição nacional, aos 37 anos de idade.
Germano Schlögi se foi, mas, sua grande obra no sentido do desenvolvimento do automobilismo de competição no País ficou. Num gesto de carinho ficou, reconhecimento e valorização da história, e graças a visão esclarecida e a iniciativa da jornalista e ex Secretária da Cultura Municipal Eulália Maria Radke, a memória de Germano esta preservada no Museu Municipal Atilio Rocco daquela cidade. Ali por decreto do então prefeito municipal foi criada a Sala Germano Schlögl, onde pode ser vista toda a indumentária que usou na sua última grande corrida - macacão, luvas, capacete, etc. - a V Mil Milhas Brasileiras, além de fotografias suas e de seus carros, troféus, escritos de próprio punho, documentos. Germano viverá para sempre na nossa lembrança!" Ari Moro

Fonte : " CHEIRO DE CANO DE ESCAPE " edição 04 Maio de 2002 .