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terça-feira, 22 de agosto de 2017

Fala João...

Foto: Anderson Zambrzycki - Fevereiro 2016

...Excelentíssimo Senhor João  Dória Prefeito do Município de São Paulo.
Mesmo antes de sua posse sei que estava preocupado com os rumos de nossa cidade depois da desastrada administração anterior.
Uma das preocupações suas era o Autódromo José Carlos Pace - Interlagos - tanto que na reunião promovida pelo vereador Mario Covas Neto na Câmara Municipal de São Paulo  na data de 29/11/2016 mesmo antes de sua posse o senhor enviou como seu representante o Sr. Cyro Laurenza que no começo da reunião tentou explicar a um publico profundo conhecedor do assunto as origens de nosso autódromo e mais tarde reconhecendo seu pecadilho e com a educação que lhe é peculiar pediu as devidas desculpas, porém nada adiantou sobre o pensamento do senhor sobre o assunto.
Meses antes, mais precisamente em Fevereiro daquele ano eu havia escrito um texto para este blog mostrando o descaso da SPTuris e da administração do autódromo para com todos nós que fazemos parte deste mundo, mundo este que levou o nome de nosso país à todos cantos do planeta, fazendo campeões em cada recanto do mundo onde é organizada uma corrida de automóveis.   
Sei das limitações que o leonino contrato com a Formula Um assinado por gestões anteriores traz à sua administração, mas o ocorrido na gestão passada volta à ocorrer agora, com a administração do autódromo faltando com o respeito à uma classe toda de esportistas, gente que como o senhor leva para casa o sustento honesto de seu trabalho, que como o senhor provê mulher e filhos com sua lida.
Sei que sua administração está cuidando do caso, mas peço ao senhor ao tomar qualquer decisão ouça os verdadeiros interessados e não aceite mirabolantes projetos que apenas irão afundar cada vez mais nosso templo.


Rui Amaral Jr

PS: Talvez o titulo de meu post àquela época tenha parecido forte demais, mas traduz todo meu sentimento e acredito que de uma categoria de esportistas.


link  
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Anexo neste momento dois comentários pertinentes ao tema, do Renato S.22 e de meu amigo Edson. Abaixo um link importante para o blog de meu amigo Roberto Zullino.


Renato S.22 de agosto de 2017 14:50
Acho que ele está preocupado somente com sua campanha para presidente, simplesmente não fez absolutamente nada por Interlagos, estamos na mesma situação da "jestão" Malddad...

EDSON MILTON RIBEIRO PAES22 de agosto de 2017 15:02
Perfeita matéria em forma de carta. Diria eu que a SP Turis não reúne condições técnicas e nem interesses que coadunem com o esporte a motor. Estendo um comentário ao Nobre Prefeito João Dória, caro Prefeito, antes de um logradouro Publico Interlagos é um Vulcão ativo, um Museu em tempo real, uma praça de esportes do antes durante e depois. Interlagos Prefeito é um espaço pulsante em que nomes importantes desfilaram e desfilam seus talentos de forma magistral.

Matar ou fazer com que Interlagos agonize é o mesmo que ferir Chico Landi, José Carlos Pace, Celso Lara Barberis, Marinho Amaral, e tantos e tantos nomes que abrilhantaram as tardes de domingo. Fora todos os outros que ainda estão por aqui lamentando os destinos de Interlagos. Prefeito João Dória, faça historia e resolva de vez os destinos de Interlagos. Obrigado.



quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

INTERLAGOS: SOBRA PAIXÃO, FALTA COERÊNCIA. Por Wagner Gonzalez


Terça feira 29 de Novembro tivemos na Câmara Municipal uma Audiência Publica por iniciativa do vereador Mario Covas Neto e do Deputado Federal Floriano Pesaro para que nós, os usuários da pista, mecânicos, chefes de equipe, pilotos, dirigentes, jornalistas e outros interessados possamos auxiliar o prefeito que assume em Janeiro seu mandato à decidir a forma com que nosso templo será administrada.
Dedico estes tempos do Histórias ao tema, crucial à nós que respiramos automobilismo, logo um texto de meu amigo Chico Lameirão que foi presença marcante na reunião, que contou ainda com a presença de Rita Landi, preocupada com o autódromo que seu pai imortalizou e ajudou à administrar tempos atrás.

À você caro Wagner parabéns por sua colocação do problema e obrigado pela citação ao meu nome, um forte abraço.

Rui Amaral Jr 

 INTERLAGOS: SOBRA PAIXÃO, FALTA COERÊNCIA. 
Wagner Gonzalez

Iniciativa bastante válida do vereador Mário Covas Neto e apoiada pelo deputado federal Floriano Pesaro, a reunião realizada nesta terça-feira, 29, em auditório da Câmara Municipal de São Paulo para discutir a desestatização do Autódromo de Interlagos mostrou que sobra emoção e falta coerência entre os interessados no assunto.

Em meio a colocações que lembravam textos do gênero “esta é a minha história” e outras que tais , porém, porém salvaram-se propostas interessantes, algumas surpreendentes, e ficou clara a forma inadequada como a SPTuris trata do “equipamento”, como o circuito é chamado no jargão urbanístico.

Covas Neto e Pesaro lideram o processo de tombamento de Interlagos como patrimônio imaterial da cidade, algo por si só relevante e consequente frente às reiteradas menções do valor imobiliário do terreno com área aproximada de um milhão de metros quadrados. Cyro Laurenza, que faz parte da equipe que cuida da transição do poder municipal nas gestões Haddad e Dória, justificou sua presença ao mencionar que a área estar inserida em um portal de grande importância turística, mais importante: 
“Não podemos privatizar (Interlagos). O terreno não tem dono.”

De maneira mais direta e sucinta, Floriano Pesaro tocou na ferida quando ao justificar o pedido de tombamento afirmou que “Interlagos é pista de corrida”. Covas Neto iluminou ainda mais a forma como a SPTuris administra o autódromo dando números:

“A F-1 cobra uma reforma anual e (nos últimos anos ) foram injetados em Interlagos R$ 316 milhões de dinheiro público, sendo que toda a renda do evento da F-1 vai para o promotor do GP”, que não contribui em nada nas reformas e manutenção.

O vereador lembrou ainda que o custo para construir o autódromo do Bahrein, um dos mais modernos no mundo, é estimado em US$ 150 milhões. Pior: todas as reformas realizadas em Interlagos levam em consideração apenas e tão somente as necessidades da F-1 e raramente contemplam e consultam o universo das equipes, pilotos e imprensa que usam o local nas datas em que são contemplados.

Integrante da mesa que mais se destacou pela maneira como se comportou na reunião, o presidente da SPTuris Alcino Reis Rocha usou do típico discurso de administrador público ao lembrar mais do mesmo. Admitiu que as obras estão atrasadas por causa do Governo Federal, que o deficit da administração do autódromo passou de “muito grande em 2015 para menor em 2016 e que deverá ser zerado em 2017”. Em todas as suas colocações Reis Rocha deixou claro que a F-1 é a principal preocupação da entidade, o que, obviamente, gerou protestos dos presentes. O administrador fechou sua participação no evento saindo apressadamente recusando-se a responder questões da imprensa.

Como era esperado, o público que atendeu ao convite de Covas Neto deixou clara a insatisfação como o automobilismo paulista é tratado pela SPTuris: dificuldade em conseguir datas, impedimento de usar os boxes, instalar as equipes sem prover infraestrutura mínima e, tal como anunciado há semanas, aumentar o aluguel da pista de R$ 16.095,00 para R$ 41.500,00 por dia.

O pior de tudo é o que revela a colocação do empresário Orlando Sgarbi: “Não se sabe qual é a prioridade sobre o uso de Interlagos. Fala-se de privatização mas há cerca de 11 anos o autódromo foi privatizado através do decreto municipal 45.822, de 7 de abril de 2005, pelo prefeito José Serra.”

A concessão, lembra Sgarbi, “é gratuita e precária”, o que deixa margem ao seu cancelamento, algo que se justificaria pela qualidade da gestão desenvolvida: a outorga é gratuita e livre de impostos e, como admitiu Alcino Reis Rocha, mesmo assim dá prejuízo. Boa surpresa David Costa, estudante de arquitetura e morador vizinho ao autódromo, que apresentou um estudo intitulado “Interlagos, polo sócio-cultural da velocidade”. Ainda que a volta do traçado antigo seja discutível e não prioritária, o gesto mostra que a juventude ainda tem olhos para o esporte.

Fazendo contraponto, o veterano piloto Ruy Amaral Jr ao notar um ambiente tenso ponderou que “a união em nosso meio tem que acontecer de baixo para cima, precisamos nos fortalecer para conseguir o que queremos”.

Sem dúvida, a união da comunidade automobilística será uma arma poderosa na luta para devolver Interlagos à razão de sua existência, algo que não exclui a utilização da pista para eventos outros que não sejam vinculados ao esporte a motor. A semente lançada por Mário Covas Neto deixou isso claro, assim como o fato que o novo prefeito não transmitiu claramente o que quer fazer com o autódromo. Deixá-lo nas mãos da SPTuris, que comprovou sua inépcia na gestão da pista e também no Parque Anhembi, outrora centro de exposições dos mais ocupados do Brasil e atualmente praticamente abandonado, está longe de ser uma solução aceitável. Que o tombamento seja a primeira batalha vencida nessa guerra para salvar o primeiro autódromo brasileiro e um dos primeiros do mundo.

WG