A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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domingo, 30 de julho de 2023

Tragédia em Zandvoort - por Ronaldo Nazar

 

Roger Willianson

Dia 29 de julho de 1973.

O GP da Holanda estava de volta após ausência de 1972. Zandvoort havia passado por reformas para melhoria da segurança. O que era para ser uma festa, já que o escocês Jackie Stewart igualara o recorde de vitórias do compatriota Jim Clark em Mônaco, transformou-se num espetáculo MACABRO transmitido pelas TVs do planeta. As coisas já não estavam bem desde os treinos, quando Emerson Fittipaldi, em um trecho veloz, saiu da pista por quebra da suspensão e milagrosamente escapou com vida, sofrendo apenas torção no tornozelo esquerdo. O campeão mundial não participou da corrida. 

                   O estado que ficou a Lotus 72 E de Emerson Fittipaldi após o acidente nos treinos.



No domingo a prova começou com o sueco Ronnie Peterson liderando seguido de Jackie Stewart e José Carlos Pace. 

Primeira volta. Peterson na ponta é seguido por Jackie Stewart, José Carlos Pace, François Cevert, Denny Hulme, James Hunt, Carlos Reutemann e os demais...


Na 8ª volta o jovem e promissor piloto inglês Roger Williamson viria a falecer  estupidamente, após  sua March perder o controle devido a um furo do pneu traseiro esquerdo. O carro bateu dos dois lados da pista e tombou de cabeça para baixo arrastando na pista e devido às fagulhas pegando fogo com o piloto preso sem conseguir sair. De nada adiantou os esforços do companheiro de equipe de Williamson, David Purley, que vinha atrás e parou imediatamente, para prestar socorro. O que se viu foi a luta inglória de Purley junto a comissários desprovidos de equipamentos EPI e as equipes de socorro chegando 5 minutos depois. As chamas já consumiram o March e Roger Williamson perdeu a vida queimado e sufocado. 

Roger Williamson e David Purley antes de acidente fatal.

O exato momento em que a March de Williamson sai da pista.

Carro em chamas. Williamson preso. Fogo alastrando. David Purley tenta em vão virar o carro auxiliado por fiscais totalmente desprovidos de EPI...

Wilson Fittipaldi passa pelo que restou da March de Roger Williamson.


Uma verdadeira aula de incompetência dos organizadores desse GP, que na edição de 1970, outro piloto inglês, também jovem e promissor, Piers Courage perdera a vida quase no mesmo local. A corrida continuou já que não havia safety car, com o escocês Jackie Stewart vencendo e sendo o novo recordista de vitórias da F1. A cerimônia do pódio foi grotesca com Stewart nitidamente abatido, só cumprindo o protocolo. Um triste fim de espetáculo. 

Jackie Stewart recebe a bandeirada e vence pela 26ª vez , quebrando o recorde de Jim Clark. Triste vitória.
Cerimônia do pódio. Um Jackie Stewart desconsolado, apenas cumpre o protocolo. Não havia clima para comemorar.


Assim era o automobilismo   há  50 anos.  

Ronaldo Nazar





segunda-feira, 22 de julho de 2013

COURAGE

Brands Hatch 1968 com a Parnell P126 (BRM)
Silverstone, Maio de 1965, Courage vence na Formula 3.

Sou fã de dois esportes antes de qualquer outro, o boxe e o automobilismo, vistos de fora são violentos, lá dentro para quem se dispõe a leva-los com seriedade e dedicação são até mais violentos do que para quem os vê de fora.
Acompanho o automobilismo desde muito novo, já contei aqui a primeira vez que andei num carro de corridas, minha primeira corrida e por aí vai. Lia os jornais desde meus dez anos e lá conheci uma figura para mim inesquecível, Jim Clark, comecei acompanhar sua carreira e a ler revistas de automobilismo acredito que com meus doze anos e em minha casa circulavam alguns pilotos, amigos de meus irmãos mais velhos.   


Por volta de 1965 estava com treze anos e já lia tudo sobre automobilismo que me caía às mãos e acredito que foi na Autosport que li a primeira vez o nome Courage.
Logo me chamou atenção, pois coragem já sabia era um atributo dos grandes, em cima de um ring ou dentro de uma pista, sem ela no automobilismo pode-se até vencer corridas ou ser campeão, mas é com ela que se leva o carro e você mesmo até o extremo, até o limite, seu ou do carro. Ela foi o atributo dos grandes e acima de tudo é a eles que admiro.    
Senti pela primeira vez o que é a morte na pista nos 500 KM de Interlagos de 1963, estava lá com meus onze anos e quando o Celso se acidentou o clima ficou horrível, muitos anos depois meu amigo Expedito Marazzi me contou que ao ir abraçá-lo antes da corrida notou que estava diferente como se pressentisse algo. Vi a morte de meu ídolo, Jim e depois muitas outras, Rindt, Pace, Pedro, Jô, Ayrton ... Correndo não, apenas alguns acidentes que com a Graça de Deus nada demais houve. Um grande amigo sofreu um no Retão em Interlagos quando um dos outros participantes perdeu a vida, tenho o relato, fotos e recortes de jornais a muito tempo guardados e se um dia ele quiser contamos, mas sei perfeitamente de todo mal que isso causou a ele.

Monza 1968
Watikins Glen 1969 , Courage com uma Willians BT26A (Brabham) lidera Black Jack e Jackie Ickx ambos de Brabham BT26A. 2º lugar na primeira vitória de Rindt na Formula Um com um Lotus 49C.
Silverstone 1969
1970 Kyalami

Piers Raymond Courage nasceu em 27 de Maio de 1942  portanto dez anos antes de meu nascimento e certamente do mesmo signo que eu, Touro. Não vou contar sobre sua carreira isto é atributo de meus amigos historiadores, Carlos, Paulo e Caranguejo, conto apenas a partir da data em que comecei acompanhar sua carreira 1965.
Depois de correr nos campeonatos europeus de Formula 3 em 65 Courage se volta aos campeonatos britânicos da categoria, naquele ano na Ilha foram 75 corridas de Formula 3, entre as de clubes, vários grandes campeonatos e aquelas em que participavam os grande nomes do automobilismo como Clark, Brabham, Hill... 
Obviamente ele não correu em todas, apenas nos campeonatos mais importantes, assim como Emerson, e começou com um segundo lugar em Silverstone. Nesta corrida Courage pilotou um Brabham BT10 Ford Holbay da equipe Charles Lucas e o vencedor foi Roy Pike com uma Brabham BT16 Ford Cosworth. Nesta época os Formula 3 usavam motores de 1.000cc.
Depois dessa corrida vieram muitas vitórias, em Brads Hatch, Silverstone, Oulton Park... Até a última corrida do ano em Brandas Hatch quando já pilotava uma Lotus 41 Ford Cosworth.
Em 66 corre o campeonato europeu de Formula 2 com alguns bons resultados e estréia na Formula Um no GP da Alemanha em Nurburgring pilotando um carro da Formula 2, sendo esta sua única corrida na categoria neste ano.
Em 1967 continua se destacando na Formula 2 e faz três corridas na Formula Um, Africa do Sul e Mônaco quando quebra e Alemanha quando não se classifica.
1968 começa bem o ano chegando em segundo lugar na Itália em Enna correndo na Formula 2, vence Rindt com uma Brabham BT23C Cosworth FVA carro igual ao seu, em terceiro Branbilla vindo a seguir Regazzoni, Derek Bell e Ickx. Termina o ano vencendo a quarta etapa do torneio Argentino de Formula 2 com Rindt em segundo e Jô Siffert em terceiro. Neste ano corre na Formula Um pela equipe de Reg Parnell com uma BRM P126 e tem dois bons resultados, um sexto na França e Quarto na Itália.
1969 junta-se ao antigo amigo e companheiro Frank Willians, e com uma Brabham BT26 . Corre o mundial de Formula Um, seu estilo sempre o mesmo, arrojado, indo para cima mesmo sem contar com um equipamento de ponta sempre no limite, o fio da navalha. Neste ano consegue dois segundos lugares o primeiro em Mônaco, onde sempre fez boas corridas e o outro em Watkins Glenn na primeira vitória de Rindt na F I com a Lotus 49C, fora dois outros quintos lugares. Corre por uma equipe pequena e desde muito já vem mostrando do que é capaz.

A apresentação do DeTomaso 505 com Alexandro De Tomaso.

Mônaco 1970 com a DeTomaso 505.

Chega 1970 e Frank e ele fecham um acordo com Alexandro DeTomaso para desenvolverem um carro criado por sua empresa e desenhado por Gianpaolo Dallara. Nas primeiras quatro corridas do ano não corre em Mônaco e não se classifica na Espanha e quebra na Africa do Sul e na Bélgica. 
Aí vem Zandvoort...   

     Zandvoort 1970, Nina Rindt e Sally Courage.
Nina viria a saber tudo que sua amiga sofreu aquele dia três meses depois.
         
A Roger Williamsom, homem e piloto.
A Jimmy que levou a arte de pilotar a seu limite extremo.
A Luiz que apesar de não chegar à Formula Um no seu devido tempo também fez de sua arte algo que nos maravilhou.

Rui Amaral Jr


Post original de 5 de Setembro de 2011

NT: No You Tube cenas do acidente que vitimou Piers, preferi não mostrar.


Rui Amaral Jr

  

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

COURAGE

Brands Hatch 1968 com a Parnell P126 (BRM)
Silverstone, Maio de 1965, Courage vence na Formula 3.

Sou fã de dois esportes antes de qualquer outro, o boxe e o automobilismo, vistos de fora são violentos, lá dentro para quem se dispõe a leva-los com seriedade e dedicação são até mais violentos do que para quem os vê de fora.
Acompanho o automobilismo desde muito novo, já contei aqui a primeira vez que andei num carro de corridas, minha primeira corrida e por aí vai. Lia os jornais desde meus dez anos e lá conheci uma figura para mim inesquecível, Jim Clark, comecei acompanhar sua carreira e a ler revistas de automobilismo acredito que com meus doze anos e em minha casa circulavam alguns pilotos, amigos de meus irmãos mais velhos.   



Por volta de 1965 estava com treze anos e já lia tudo sobre automobilismo que me caía às mãos e acredito que foi na Autosport que li a primeira vez o nome Courage.
Logo me chamou atenção, pois coragem já sabia era um atributo dos grandes, em cima de um ring ou dentro de uma pista, sem ela no automobilismo pode-se até vencer corridas ou ser campeão, mas é com ela que se leva o carro e você mesmo até o extremo, até o limite, seu ou do carro. Ela foi o atributo dos grandes e acima de tudo é a eles que admiro.    
Senti pela primeira vez o que é a morte na pista nos 500 KM de Interlagos de 1963, estava lá com meus onze anos e quando o Celso se acidentou o clima ficou horrível, muitos anos depois meu amigo Expedito Marazzi me contou que ao ir abraçá-lo antes da corrida notou que estava diferente como se pressentisse algo. Vi a morte de meu ídolo, Jim e depois muitas outras, Rindt, Pace, Pedro, Jô, Ayrton ... Correndo não, apenas alguns acidentes que com a Graça de Deus nada demais houve. Um grande amigo sofreu um no Retão em Interlagos quando um dos outros participantes perdeu a vida, tenho o relato, fotos e recortes de jornais a muito tempo guardados e se um dia ele quiser contamos, mas sei perfeitamente de todo mal que isso causou a ele.

Monza 1968
Watikins Glen 1969 , Courage com uma Willians BT26A (Brabham) lidera Black Jack e Jackie Ickx ambos de Brabham BT26A. 2º lugar na primeira vitória de Rindt na Formula Um com um Lotus 49C.
Silverstone 1969

1970 Kyalami

Piers Raymond Courage nasceu em 27 de Maio de 1942  portanto dez anos antes de meu nascimento e certamente do mesmo signo que eu, Touro. Não vou contar sobre sua carreira isto é atributo de meus amigos historiadores, Carlos, Paulo e Caranguejo, conto apenas a partir da data em que comecei acompanhar sua carreira 1965.
Depois de correr nos campeonatos europeus de Formula 3 em 65 Courage se volta aos campeonatos britânicos da categoria, naquele ano na Ilha foram 75 corridas de Formula 3, entre as de clubes, vários grandes campeonatos e aquelas em que participavam os grande nomes do automobilismo como Clark, Brabham, Hill... 
Obviamente ele não correu em todas, apenas nos campeonatos mais importantes, assim como Emerson, e começou com um segundo lugar em Silverstone. Nesta corrida Courage pilotou um Brabham BT10 Ford Holbay da equipe Charles Lucas e o vencedor foi Roy Pike com uma Brabham BT16 Ford Cosworth. Nesta época os Formula 3 usavam motores de 1.000cc.
Depois dessa corrida vieram muitas vitórias, em Brads Hatch, Silverstone, Oulton Park... Até a última corrida do ano em Brandas Hatch quando já pilotava uma Lotus 41 Ford Cosworth.
Em 66 corre o campeonato europeu de Formula 2 com alguns bons resultados e estréia na Formula Um no GP da Alemanha em Nurburgring pilotando um carro da Formula 2, sendo esta sua única corrida na categoria neste ano.
Em 1967 continua se destacando na Formula 2 e faz três corridas na Formula Um, Africa do Sul e Mônaco quando quebra e Alemanha quando não se classifica.
1968 começa bem o ano chegando em segundo lugar na Itália em Enna correndo na Formula 2, vence Rindt com uma Brabham BT23C Cosworth FVA carro igual ao seu, em terceiro Branbilla vindo a seguir Regazzoni, Derek Bell e Ickx. Termina o ano vencendo a quarta etapa do torneio Argentino de Formula 2 com Rindt em segundo e Jô Siffert em terceiro. Neste ano corre na Formula Um pela equipe de Reg Parnell com uma BRM P126 e tem dois bons resultados, um sexto na França e Quarto na Itália.
1969 junta-se ao antigo amigo e companheiro Frank Willians, e com uma Brabham BT26 . Corre o mundial de Formula Um, seu estilo sempre o mesmo, arrojado, indo para cima mesmo sem contar com um equipamento de ponta sempre no limite, o fio da navalha. Neste ano consegue dois segundos lugares o primeiro em Mônaco, onde sempre fez boas corridas e o outro em Watkins Glenn na primeira vitória de Rindt na F I com a Lotus 49C, fora dois outros quintos lugares. Corre por uma equipe pequena e desde muito já vem mostrando do que é capaz.


A apresentação do DeTomaso 505.



Mônaco 1970 com a DeTomaso 505.

Chega 1970 e Frank e ele fecham um acordo com Alexandro DeTomaso para desenvolverem um carro criado por sua empresa e desenhado por Gianpaolo Dallara. Nas primeiras quatro corridas do ano não corre em Mônaco e não se classifica na Espanha e quebra na Africa do Sul e na Bélgica. 
Aí vem Zandvoort...   


     Zandvoort 1970, Nina Rindt e Sally Courage.
Nina viria a saber tudo que sua amiga sofreu aquele dia três meses depois.
         
A Roger Williamsom, homem e piloto.
A Jimmy que levou a arte de pilotar a seu limite extremo.
A Luiz que apesar de não chegar à Formula Um no seu devido tempo também fez de sua arte algo que nos maravilhou.