A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Berta Tornado x Porsche 908/2

 


 

 1971 começou com grandes promessas para nosso automobilismo, Interlagos estava em reformas, Tarumã, Guaporé e Cascavel inaugurados ao final de 1970. Os autódromos gaúcho e paranaenses com traçados de cerca de três quilômetros, tres pistas desafiadoras que trouxeram ainda mais os pilotos e equipes daqueles estados ao topo de nosso automobilismo. Grandes iniciativas de abnegados visionários que viram no esporte motor o caminho para o desenvolvimento. Deixo aqui minha homenagem ao grande Zilmar Beux, que capitaneando um grupo de esportistas colocou Cascavel em lugar de destaque no nosso automobilismo.

Brasileiros e Argentinos já combatiam há muito nas pistas, com carreteras, na Mecânica Continental que eram carros da Formula Um já em desuso na Europa e que na América do Sul eram retirados seus motores originais e equipados com motores V8.

No Brasil grandes nomes se destacavam na organização de torneios, entre eles Mario Patti, Antonio Carlos Scavone e Antonio Carlos Avallone.

Neste ano duas forças do automobilismo Sulamericano se encontraram, a Berta e a Equipe Z, depois Hollywood.

Berta Tornado




Chassi semi monocoque em aço e alumínio. Motor traseiro entre eixos.

Motor seis cilindros em linha derivado do Tornado 380, Berta elevou sua cilindrada á 4.000cc mudando sua configuração de curso x diâmetro, diminuindo o curso e aumentando o diâmetros fazendo com que o motor girasse a 6.800 rpm, ajudado por um novo cabeçote de dois comando na cabeça alimentados por três Weber 48. Esta joia desenvolvia aproximadamente 360/370 hps. Bloco de ferro e cabeçote de alumínio.

Cambio Saenz 750 de cinco marchas.

Freios Girling.

Comprimento: 4.050 mm.

Largura: 1.880 mm.

Bitola dianteira: 1.550 mm.

Bitola traseira: 1.528 mm.

Distância entre eixos: 2.320 mm.

Rodas;

Dianteiras 15x10.

Traseiras 15x15.

Peso 750/800 kg.

 

Porsche 908/2


Motor

Configuração flat 8 cilindros contrapostos.

Localização traseira, montado longitudinalmente

Construção bloco e cabeçote em liga.

Cilindrada   2,996 litros

Diâmetro x curso 85,0 milímetros x 66,0 milímetros

Taxa de compressão 10.5:1

2 válvulas por cilindro, duplo comando

Alimentação de combustível injeção Bosch.

Potencia   350 CV a 8500 rpm

117 cv/litro

 

Chassis em alumínio tubular. 

Suspensão dianteira triângulos duplos, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos

Suspensão traseira braços superiores e inferiores, braço tensor, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos

Direção cremalheira e pinhão

Freios Dunlop-ATE, discos nas quatro rodas

Caixa de cambio Porsche 5 marchas

Tração traseira

 

Dimensões

Peso 600 kg.

Comprimento 4.320 milímetros.

Largura 1830 mm.

Altura 1020 mm.

Distância entre eixos 2300 milímetros.

Bitola dianteira 1.486 milímetros.

Bitola traseira 1453 mm

Rodas;

Dianteiras 15x10 pol.

Traseiras 15x15 pol.

 

Algumas considerações.

 

Dois carros de duas épocas, o 908/2 projetado cerca de 4/5 anos antes quando os pneus slick ainda estavam longe das pistas, para o uso deles foi projetado e construído seu substituto o 908/3 muito diferente em todas configurações e com o motor cerca de 20 hps mais forte. Já o Berta Tornado deriva do Berta Cosworth concebido no final de 1969 para temporada de 1970, além disso ao contrário do 908/2 corria na equipe que o projetou e construiu, podendo o gênio argentino inserir nele diversas modificações no decorrer do ano, coisa que a Z não fazia no 908/2, apenas mais para frente alguma coisa na aerodinâmica.






No primeiro duelo entre eles Luiz Pereira Bueno se queixou muito dos pneus, o que mais tarde com testes e muitas corridas foi resolvido, culminando com sua espetacular participação nos 500 Quilômetros de Interlagos de 1972.

A primeira prova da temporada em Tarumã foi vencida por Tite Catapani com a Lola T210 ex Emerson Fittipaldi, massss as duas feras, Luis & Luiz não estavam presentes, logo conto sobre.

 

Vejam a situação de nosso automobilismo, depois da era de ouro quando as montadoras dominaram o espetáculo, tivemos alguns anos de corridas minguadas. Agora a Formula Ford chegava com força, algumas grandes equipes eram montadas, logo teríamos a Divisão Um forte, assim como a Divisão Três. Ainda em 71/72 correram os carros do Grupo Cinco e Seis, no final de 1972 os importados foram banidos e chegou a bela Divisão Quatro, quando um certo Baixinho visionário começou à montar aqui carros da Lola e a equipe Hollywood encomendou a Berta o super Hollywood-Berta, com o motor Ford 302 V8 que aqui equipava o Maverick.


O Hollywood Berta na visão de dois amigos, Ararê e Rogério, mestres em suas artes.
Quase ao final do texto numa conversa com o Chico uma referencia a alguém que faz muita falta, Avallone e seu Avallone Divisão Quatro.



Mas vejam nesta entrevista o que pensava Angelo Juliano, presidente do ACB - Automóvel Club do Brasil – que anos antes, na gestão do Presidente Castello Branco, havia perdido o mando de nosso automobilismo para CBA – Confederação Brasileira de Automobilismo. A briga nefasta entre as duas instituições durou muitos anos, trazendo grandes desavenças e um atraso imensurável ao nosso automobilismo.  

 

Rui Amaral Jr

Como sempre peço perdão por algum erro ou informação desencontrada, escrevo principalmente de memória, e também com o coração.

Lembrando Cascavel deixo aqui meu forte abraço ao Milton Serralheiro e ao grande amigo Miguel Beux que herdou de seu pai Zilmar, o talento a competência e a força.  

 


quarta-feira, 25 de março de 2015

Conta Walter


Luiz
Ciro
Camilão

Vendo essas fotos, me ocorre aquele silêncio com vozerio, antes da largada. Placa de cinco minutos. Passa o tempo, as equipes vão abandonando o 'grid', ligam os motores, sobe o giro, sobe, sobe, largada!
Da arquibancada, se vêm os carros indo para a Curva 1, muito rápidos e somem.
Olhos fixos na Curva 2, para ver o Luizinho em primeiro e o resto do pelotão brigando pelo resto das posições.
Descida do retão, lindamente velozes, rocando MUITO alto, lá longe.
Curva 3 sempre tinha ultrapassagens.
Ferradura desafiadora, todos balançando e roncando. Sobem para o Lago, rocando mais perto.
O Sol e a entrada do Sargento não dava para ver.
Laranja, Esse, Pinheirinho (o pinheiro estava ali), Bico de Pato, Mergulho, Junção e sumiam.
Mas vinham subindo para nos encontrar. Roncando muito. Balançando muito.
Porsche 908 já folgado na frente.
E então um sortido bloco de carros de 3 e 5 litros, equilibrados.
Mais o resto do pelotão. O "resto" inclui jóias históricas como o Bianco do Camilo Cristófaro e o Opala 44 do Ciro Cayres.
Esse foi o automobilismo que nos fez apaixonados pelo esporte e pelas máquinas.
O Rogério Luz captou e o Rui nos traz esse show de imagens que só quem viveu sabe o que era aquilo: sen - sa - cio - nal!!!

Walter

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HISTORIAS DE PREPARADORES, MECÂNICOS, PILOTOS E OUTRAS PESSOAS QUE FAZEM DO AUTOMOBILISMO ESTE ESPORTE FABULOSO.


Assim está escrito na testeira do "Historias" e desde que comecei cinco anos atrás essa era minha intenção, contar historias dos amigos que fiz no automobilismo, alguns eram amigos de infância,  dos ídolos e de todos que admiram o esporte.
Muita gente boa se juntou à mim e assim vamos fazendo o blog, amigos que com prazer contam suas passagens, outras pessoas que não conhecia que aqui fiz amizade e hoje são amigos pessoais, muitos que seguem o blog e interagimos constantemente e por aí vai...
Neste comentário do Walter, que pedi autorização para transformar em post, a visão do fã, do apaixonado, sua visão da largada é parecida com a nossa lá de dentro, talvez até o frio na barriga seja igual.  Outra coisa muito parecida é a visão dos ídolos, pois mesmo nós que dividimos a pista com eles, tratamos Luiz, Ciro, Camilo, Bird, Avallone da mesma forma.
Não vou citar um à um dos que aqui escrevem e colaboram, mas todos nós agradecemos à vocês que nos acompanham nesta jornada.

Obrigado Walter e um abração à todos.

Rui Amaral Jr



Obrigado à meu amigo Rogério. 

quinta-feira, 12 de março de 2015

Torneio Sulamericano 1971

Finalmente no cockteil do Velocult tive o prazer de conhecer Rogério Da Luz o excelente fotografo que tem dividido com todos nós suas belas fotos, abaixo as do Torneio Sulamericano de 1971. Pela relação dos tempos na terceira fotos vocês poderão identificar os carros e mais tarde volto ao tema.

Obrigado Rogério, um abraço.

Rui Amaral Jr   


 Luiz e o 908/2
Avallone e a Lola T70 MKIII