A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Injeção de água...

Cerca de trinta anos atrás, pode ser quase quarenta, vinha no carro conversando com um amigo quando ele começa a contar sobre um dispositivo que ele viu com um "engenheiro" que injetava água na câmara de combustão junto com o combustível, pois bem...ele testou em seu carro de rua  e depois pediu ao Crispim fazer o mesmo em seu Super Ve...outro dia enviei este vídeo que recebi de um amigo a ele, logo em seguida ele liga perguntando se eu lembrava...lembrava sim "seu" Chico inclusive o que o Crispim me contou...um dia com tempo você conta aqui!

Um abração Crispim, Chico  e amigos,

Rui Amaral Jr     

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

CAMBER 40 anos - Conta Chico

Heládio, Ney, Bird, Jean, Alex, Pedro Vitor, Chico...

............, caro amigo RUI, faz algum tempo que não escrevo algumas linhas em seu blog. Também, não tinha alguma novidade a contar e só para encher lingüiça, não faz muito o meu gênero.  Mas agora, há algo a se dizer. Fomos gentilmente convidados por ALEX DIAS RIBEIRO a ir ao aniversário de 50 anos da EQUIPE CAMBER.     BIRD CLEMENTE, JAN BALDER, INGO HOFFMANN, PAULO GOMES, LITO CAVALCANTI e FLAVIO GOMES, éramos os de fora, mas a festa estava com muita gente de BRASÍLIA, todos a prestigiar os membros dessa famosa EQUIPE CAMBER .

                   Sempre falei que  a bastante tempo atrás , houve duas grandes escolas de automobilismo . A primeira, tanto pela época  quanto pelo nível de pilotos que de lá saíram, sem dúvida alguma foi a EQUIPE WILLYS. Desde que ela nasceu pilotos como BINO HEINS, EUGÊNIO MARTINS, LUIZ PEREIRA BUENO, WILSON FITTIPALDI, CARLOS PACE, BIRD CLEMENTE, EMERSON FITTIPALDI, CAROL FIGUEIREDO, TERRA SMITH e tantos outros eram de um nível altíssimo em que culminou de  quatro deles terem  chegado 'a FORMULA UM, sendo que  EMERSON FITTIPALDI foi CAMPEÃO MUNDIAL por duas vezes .

                   A segunda grande escola sem dúvida a EQUIPE CAMBER em que dela nasceram ou se formaram pilotos do nível de ALEX DIAS RIBEIRO, PUPO MORENO e NELSON PIQUET, todos chegando também 'a FÓRMULA UM, sendo PIQUET TRI CAMPEÃO MUNDIAL .

                   As comparações em automobilismo são inerentes e  inevitáveis , não tem outro jeito . Hoje, olhando para trás não tenho dúvida alguma que o trabalho para lá de corajoso da turma da EQUIPE CAMBER  foi  mais grandioso, devido ao facto de terem feito tudo a """" unha """" literalmente  e principalmente sem recursos algum. O famoso PATINHO FEIO não me deixa mentir .......!!!!!!!  A sua aerodinâmica para lá de esdrúxula, mas o carro em si extremamente importante  para o nosso automobilismo de competição demonstrando a saga desse TEAM . Eles cresceram tanto na técnica como no """" acreditar em chegar lá """"" nas dificuldades enfrentadas, no meio do nada, pois a época  BRASÍLIA não existia automobilisticamente falando. Eventualmente , somente uma coisa ajudou esses rapazes que foi o desenho de suas ruas ......!!!!! Não tinha praticamente esquinas, eram apenas curvas de média é de alta velocidade, além de  é claro da inexistência de radares .


 Imaginem os """" rachas """" ````a noite, deixava essa rapaziada super afiada....!!!!!! Todos sem exceção eram  muitíssimos rápidos nesses tipo de curvas ......!!!!!!!!


                    A bem da verdade, de um jeito ou de outro o trabalhos dessas duas EQUIPES  a WILLYS e a CAMBER, ainda em se olhando para trás mais uma vez, foi a coisa mais importante que aconteceu no automobilismo brasileiro até ao presente momento . Escrevo isto sem medo algum de errar.

                    Espero, rezo , para  os cartolas de um modo geral, reconheçam  seus erros  ao colocar à disposição  dos jovens pilotos de hoje essas famigeradas  MONOMARCAS, uma tremenda falácia . O exemplo está aí, há vista de quem tenha seus olhos abertos. Fora o fruto dessas duas EQUIPES, e está claro de AIRTON SENNA, que resultados efetivos o nosso automobilismo TUPINIQUIM teve mundialmente falando. .......?????????????


                   Ainda, além disso com problemas adicionais que são a perda  de AUTODROMOS famosos  como o do RIO de JANEIRO  (((( este , um assalto à mão armada .....????)))))))) e o da própria cidade de BRASÍLIA , um caso a ser resolvido seriamente. Aos amantes do futebol, imaginem se só houvesse o estádio do MARACANÃ será que o BRASIL teria vencido campeonatos mundiais? NO AUTOMOBILISMO é a mesma coisa, não podemos nos dar ao luxo de perder nossas praças de velocidade . Uma infâmia......!!!!!!!

                   Sei que no momento pessoas estão com idéias para colocar o """" trem nos trilhos """“, se esta claro não houver obstáculos à frente , pois a coisa já é difícil sem  estes, imaginem com eles .......!!!!!!! Uma categoria REALMENTE ESCOLA se faz necessária. Peso potência igual ao KART, pneus estreitos STREET, sem apêndices aerodinâmicos, eis o caminho, além de vários fabricantes de chassis e por que não de motores ......!!!!!!!


                   Ao ALEX meu muito obrigado pelo convite realmente foi muito legal apenas no próximo talvez tenha que ter um hiato menor, pois mais dez e não sei se estarei em pé  .....!!!!!!!!


                                                                          A toda a EQUIPE CAMBER abraço amigo
                                                                                            CHICO LAMEIRÃO



BLOG DO JOVINO

No excelente Mocambo muitas fotos da festa, obrigado Jovino, um abraço.  

sábado, 16 de setembro de 2017

Fragilidade...

Piers Courage com a Willians TB26A nada mais que uma Brabham a frente de Grahan Hill em Silverstone no GP da Inglaterra 1969. 

Nesta semana postei no Facebook um post que escrevi sobre Piers Courage cerca de seis anos atrás, relendo o texto e vendo as fotos comecei a lembrar daqueles "charutos" velocíssimos e da fragilidade deles perto dos atuais F. Um.
Piers(link) pereceu num terrível acidente que hoje na categoria seria inimaginável porem o automobilismo continua sendo um esporte de risco em todas categorias vide o caso de Jules Bianchi (link)    .

Rui Amaral Jr

Na Lotus esta a 63 com tração nas quatro rodas a pedaleira e consequentemente os pés do piloto ficavam a frente do eixo com um anteparo dianteiro super frágil!
A Lotus 72
Emerson na Lotus 49C numa homenagem a Rindt, vejam a fragilidade e exposição do piloto!
 Robert Kubica em seu impressionante acidente no Canadá, sete anos atrás os carros já eram seguros, a cabeça dos pilotos protegidas por anteparos e o hans e os cockpits em fibra de carbono, quase indestrutíveis!    
Lewis e a McLaren

Sem querer me comparar aos grandes que citei vejam como era a segurança de um VW D3... um Sto Antonio de seis pontos, eu usava sempre um bom macacão e capacete Bell, cintos de segurança Willians de seis pontos massss o banco era de kart e o pescoço e cabeça ficavam soltos...um carro destes chegava ao final do Retão de Interlagos a cerca de 210 km/h!!! 

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Jochen Rindt- O último verão - por Marco Zanicotti


   Mônaco - Jochen com a 49C a frente de seu amigo Piers Courage com a De Tomaso. 

A temporada de 1970 está para começar. Entre os favoritos estão o campeão de 69 Jackie Stewart, agora sem o apoio da Matra que queria ser totalmente francesa e ele começa o ano com o novo March, a incógnita da temporada.
   Do outro lado, a sempre poderosa Ferrari com seu potente motor flat 12 e o jovem austríaco Jochen Rindt, que vencera nos E.U.A. no ano anterior e aguardava a estréia do seu novo carro, o incrivelmente revolucionário Lotus 72. Também não podia ser descartado o velho Jack Brabham, que acabou vencendo a primeira corrida do ano em Kyalami na África do Sul. Jochen correu com o antiquado mas brilhante Lotus 49, mas abandonou com problemas mecânicos.
   Na segunda corrida em Jarama na Espanha, todos os olhares se viravam para o Lotus 72. Eles queriam ver como se sairia o novo carro nas mãos de Jochen. Deu tudo errado! Jochen não se adaptou ao novo sistema de suspensão que mantinha o carro em uma altura constante, mas que fugia a sensibilidade do piloto. Stewart foi mais feliz e conseguiu vencer com seu novo March.
   Jochen voltou em Mônaco com o velho 49, agora sob a insígnia "C" por causa do seu desenvolvimento. Fez uma classificação burocrática, conseguindo o sétimo posto para a largada. Sem incidentes no início e depois dos problemas com o March de Stewart que liderava com folga, parecia que o velho Jack Brabham partia soberano para a vitória. Só que ninguém contava que no ultimo terço da longa corrida, o incansável Rindt descontaria 27 segundos em apenas 23 voltas, colando em Brabham na ultima passagem antes da chegada. O que se via era uma perseguição implacável por parte do jovem austríaco, culminando com um erro de Brabham na última curva, indo se chocar com os fardos de feno. Jochen passou por dentro e nem recebeu a bandeirada, pois confundiu o fiscal que esperava por Brabham. Três corridas e três vencedores, o campeonato estava aberto.


Spa - com a 49C abre de Ickx, Beltoise e Brabham.

   Em Spa na Bélgica Jochen saiu na frente, mas problemas no Lotus 49 não deixaram que ele figurasse na classificação final, que teve o quarto vencedor em quatro corridas. Os louros couberam ao mexicano Pedro Rodríguez em seu BRM V12.
   Para Zandvoort na Holanda, Colin Chapman trouxe novamente o Lotus 72, agora com uma suspensão mais convencional e permitindo a Jochen conquistar a pole position. Na corrida o que se viu foi um verdadeiro passeio de Jochen pela sinuosa pista holandesa, ladeada por barrancos por toda a sua extensão. E foi bem um desses barrancos que vitimaram seu melhor amigo Piers Courage, que fazia bela corrida com o limitado De Tomaso da equipe de Frank Williams. Quando desceu do carro Jochen não tinha porque comemorar, tendo visto que recebeu a triste notícia  da morte de Piers.
   Durante o verão europeu Jochen estava amargurado, pensando seriamente em parar de correr. Mas ele tinha que continuar pois estava em sua melhor forma e com um grande carro nas mãos. O titulo mundial que era um sonho, passava a ser uma realidade ainda mais depois da vitória na França, que o alçou a liderança do campeonato com 27 pontos.


Largada em Brands - Jochen, Brabham e Ickx.

   Em Brands Hatch na Inglaterra, largou na pole mas foi superado por Jacky Ickx na sempre perigosa mas pouco confiável Ferrari e por Jack Brabham, ainda competitivo aos 44 anos. O que se viu depois da saída da Ferrari que liderava, foi uma intensa batalha entre Jochen e o velho Brabham. No final Brabham tinha uma certa vantagem e parecia ter a corrida ganha, mas ficou sem combustível a poucos metros da chegada, possibilitando a Jochen sua quarta vitória e deixando a torcida em êxtase! Nessa corrida estreava um jovem brasileiro de rosto espinhento e enormes costeletas que em pouco tempo se tornaria um dos maiores nomes da F1. Seu nome: Emerson Fittipaldi. Emerson contou depois que procurou Chapman para falar da estréia, mas não encontrou ninguém, pois estavam todos em plena comemoração com Jochen madrugada adentro.


Hockenhein - Jochen lidera Ickx.


   Em Hockenheim desde os treinos dava para ver que a briga seria entre Jochen e a Ferrari de Jacky Ickx, os únicos a baixarem de dois minutos o tempo da volta. Ickx na pole e Jochen em segundo. Na largada Jochen patina as rodas em demasia e quase é engolido pelo pelotão. Contorna a primeira curva em quarto rumo a floresta. Ao final da primeira volta já é segundo começando então uma das maiores batalhas de todos os tempos, trocando freneticamente de posição com Jacky Ickx durante toda a corrida. Na ultima volta Jochen consegue uma vantagem segura, adentrando o estádio com a vitória garantida e levando ao delírio as duzentas mil pessoas que ali estavam para saudar o filho ilustre! Em uma entrevista depois da corrida, Jochen brincava sobre a facilidade de se conduzir o Lotus 72, dizendo que com ele qualquer macaco venceria!
   Foram para a Áustria sabendo da dificuldade de superar as Ferrari que estavam cada vez melhor, mas mesmo assim Jochen conquistou a pole position  para deleite dos seus fãs. Na corrida não conseguiu conter o avanço das Ferrari, que fizeram 1-2 com Ickx e Regazzoni. Jochen abandonou na volta 22 com o motor estourado quando era o quarto colocado.


 Em Monza sem as asas traseira e dianteiras...

Com Chapman...
Monza - Hill com a Lotus 72C da equipe Rob Walker sem as asas dianteiras e uma pequena na traseira.

   Começa setembro e junto com o fim do verão, os preparativos para o GP da Itália no velocíssimo circuito de Monza. No primeiro treino na quinta feira, a equipe Lotus se depara com um problema seriíssimo. Os carros simplesmente não rendiam com os aerofólios no lugar e como era de praxe em Monza, foram retirados para ganhar velocidade em linha reta. O problema é que o Lotus 72 nunca havia sido testado em tal configuração, não se sabendo qual seria a reação do carro sem os aerofólios. O que era para ser uma festa estava se tornando um pesadelo, pois continuavam bem mais lentos que as Ferrari e Jochen não estava feliz com o comportamento do carro. Ele chegou a cogitar que Chapman mandasse buscar um Lotus 49, que se comportava muito bem sem o aerofólio, mas Chapman vetou a idéia. A tensão aumentava e as coisas só pioravam quando no primeiro treino de sábado Jochen saiu para "matar ou morrer" e segundo Hulme que fora ultrapassado por ele momentos antes, Jochen estava extremamente veloz quando apertou o pedal do freio na aproximação da parabólica, curva veloz e perigosa que leva para a reta de chegada em Monza. Acontece que ele nem chegou a fazer a curva, que com a quebra do disco de freio do lado direito o Lotus deu uma violenta guinada para o lado oposto da curva, se chocando com o guard rail que ficava a poucos metros da pista. Com a sucessão de corrupeios que o carro deu antes de parar na areia, Jochen que não gostava de usar o quinto ponto do cinto de segurança (parte que sustenta a virilha), escorregou para dentro do cockpit sendo imediatamente enforcado pelo cinto. Segundo Bernie Ecclestone, manager de Jochen na época, ele não teria chance alguma porque bateu a quase 320 km/he teve o torax esmagado pela pancada no volante. Ainda fizeram o socorro mas todos os esforços foram em vão, com ele chegando morto ao hospital em Milão. A Lotus recolheu tudo e foram imediatamente embora de Monza, com Chapman visivelmente com medo das autoridades italianas, que investigariam o caso.


 Monza - Stewart conta a Nina...
 Na premiação entrega a Nina a taça de Campeão do Mundo.
O jovem Frank e a homenagem ao amigo e ídolo.

   Depois de ficarem de fora no Canadá, a Lotus voltou em Watkins Glen nos E.U.A com a equipe renovada. Emerson como primeiro piloto e Reine Wisell no lugar de John Miles, que ficou muito chocado com o episódio em Monza e resolveu abandonar a F1, com medo de pilotar o Lotus 72.
   Se Jacky Ickx vencesse as três que faltavam depois de Monza levaria a coroa, pois faria 46×45 superando Jochen por um ponto. A primeira parte ele havia feito com a vitória no Canadá, mas nos E.U.A ele apesar de ter feito a pole position, teve problemas em sua Ferrari, chegando em quarto lugar e dando adeus as esperanças de ser campeão. Jochen foi até hoje, o único campeão que ao final da temporada, não estava vivo para receber os louros que merecia.

Descanse em paz grande acrobata das pistas!

                          Marco Zanicotti